O partido republicano do presidente Donald Trump conseguiu manter a maioria no Senado após as eleições legislativas desta terça-feira (6) nos EUA. O partido, porém, perdeu o controle da Câmara, onde os democratas ganharam ao menos 24 cadeiras.
O resultado confirma a tendência de eleições anteriores de meio de mandato presidencial em que o partido da oposição recupera a maioria das cadeiras da Câmara dos Representantes.
Até as 7h00 (horário de Brasília), os democratas haviam ganhado 26 lugares na casa, segundo o The New York Times —eles precisavam de 23 para retomar o controle. O placar era de 219 contra 193 republicanos. Todos os 435 assentos da Câmara estavam em jogo.
No Senado, os republicanos já ultrapassaram as 50 vagas necessárias para definir a maioria. Até o início da madrugada, eles contavam com 51 das 100 cadeiras da casa, garantindo a maioria (35 vagas postos estavam em jogo nesta eleição). Os democratas precisavam obter duas novas cadeiras para conseguir maioria, mas não tiveram sucesso.
Os republicanos venceram em algumas das disputas mais acirradas, como na Flórida, no Texas e em Missouri, nas quais triunfaram Rick Scott, Ted Cruz e Josh Hawley, respectivamente.
Um Senado alinhado com a Casa Branca pode, por exemplo, alçar um terceiro juiz indicado por Trump à Suprema Corte caso haja alguma aposentadoria, depois de terem aprovado os conservadores Neil Gorsuch, em abril de 2017, e Brett Kavanaugh, em outubro deste ano.
O presidente americano, Donald Trump, comentou os resultados em uma rede social: “Tremendo sucesso esta noite. Obrigado a todos!”
As vitórias de Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), que com 29 anos torna-se a mulher mais jovem a ir para o Congresso, de Ayanna Pressley (Massachusetts), primeira negra a representar o estado na Câmara, e de Ilhan Omar (Minnesota), primeira muçulmana a ser eleita para o cargo, foram alguns dos destaques.
Espera-se que os democratas bloqueiem parte de medidas controversas de Trump e realizem mais investigações contra o governo do republicano, aumentando a polarização entre Executivo e Legislativo. O partido também poder dar início a um processo de impeachment contra o presidente.
Mais de 50 deputados não tentaram a reeleição nem disputam um cargo mais alto na casa, o maior número desde 1992.
Entre os republicanos, há 37 que se aposentam, ápice desde 1930 —um dos principais nomes do partido a deixar a casa será o presidente da Câmara, Paul Ryan, 48.