Relógio virou batalha tecnológica. E bem complicada. A Apple planeja incluir a tecnologia sem fio de curto alcance no seu relógio inteligente que chegará em breve ao mercado. Motivo: o aparelho entrará no segmento de pagamentos digitais. O uso da comunicação de campo próximo (NFC, na sigla em inglês) indica que as ambições da Apple para o chamado iWatch vão além do monitoramento da saúde e do desempenho de atividades físicas, que são os usos mais citados.
Também se espera que a Apple inclua a tecnologia sem fio nas próximas versões do seu iPhone, o que simplificaria o processo de conectar ou emparelhar os dois aparelhos, como mostrou a matéria do The Wall Street Journal, assinada por Lorraine Luk, traduzida pelo Valor na edição de 5/9, pg B9.
A tecnologia NFC sem fio é fundamental para os planos da Apple de oferecer o recurso chamado “tap-to-pay” (algo como toque para pagar) nos seus dispositivos móveis, permitindo que o usuário pague por bens e serviços usando cartões de crédito cujos dados estão armazenados no site iTunes.
O relógio inteligente seria oferecido em dois tamanhos, ambos com tela curva de diodo orgânico emissor de luz (Oled, na sigla em inglês). Ele vai incluir sensores para rastrear e monitorar dados de saúde e atividade física.
Ao incluir a NFC no seu novo relógio e no novo iPhone, a Apple está apostando pesado na tecnologia sem fio. A empresa vinha resistindo notavelmente à NFC enquanto concorrentes como BlackBerry, Nokia Corporation e Google Inc. promoviam essa tecnologia.
Muitos fabricantes de smartphones agora equipam seus aparelhos com chips NFC. A tecnologia está demorando para se popularizar como opção de pagamento nos EUA porque muitos consumidores não consideram que passar seu smartphone na frente de um leitor de NFC seja um avanço em relação a passar um cartão de crédito. Além disso, poucas lojas aceitam a tecnologia.
Apenas um em cada cinco smartphones em uso nos EUA inclui a tecnologia NFC, de acordo com Jordan McKee, analista sênior para pagamentos móveis da 451 Research. A tecnologia é mais predominante na Ásia e na Europa. “A entrada da Apple poderia ser a maré alta que ergue todos os barcos”, diz ele.