Quem paga a ficção científica pensada nos laboratórios da Google e da Apple?

Para onde vai a tecnologia de informação? O Google tem uma pista: o seu mercado principal, o de buscas está sob ameaças. Mas isto, segundo os executivos da companhia, não deve preocupar os acionistas. O Google decidiu se concentrar no futuro, nos computadores que falam, ou nos carros que se dirigem sozinhos.

Há uma dúvida: e os negócios? Quem paga a espera até que a inovação fantástica dê dinheiro? Como mostrou matéria do The New York Times, assinada por Claire Cain Miller, traduzida pelo Estadão em 20 de abril na pg B17, os investidores, que vivem no “aqui e agora” estão em dúvida quanto aos resultados financeiros da companhia, apesar do aumento das ações do Google na bolsa.

Os resultados da empresa confirmaram que as operações nas áreas de busca na internet, base dos negócios da empresa, vão muito bem, obrigado, apesar do fato de que buscas e publicidade em desktops estão mais lentas, porque usuários abandonaram os computadores pessoais. A utilização dos aparelhos móveis cresce muito e o Google luta para lucrar mais nesse segmento.

Em vídeo-conferência na última quinta-feira, a diretoria executiva do Google conversou com analistas sobre a importância dos novos projetos para a companhia. A idéia era convencer quem conversa com investidores e acionistas de que o “foco no futuro” era muito importante.  “As empresas tendem a se acomodar e fazer o que sempre fizeram, com algumas alterações. É natural querer trabalhar naquilo que você sabe. Mas só aprimorar, tornará o que você faz obsoleto bem rápido, especialmente na área de tecnologia” afirmou Larry Page, CEO do Google.

Os analistas insistem sempre no mesmo ponto: quando olhamos para a Apple , nos perguntamos, “de onde virá a próxima rodada de crescimento?”. Mas, quando olhamos para o Google , a observação é outra: “eles estão em busca de mercados realmente grandes”. O fato é que as ações da Google subiram 26% no ano passado e as da Apple caíram 36%, porque o crescimento dela foi menor e a concorrência dos celulares que usam o sistema Android é cada vez mais forte.

A empresa começou a vender nesta semana seus primeiros óculos com conexão à internet, o Google Glass. Por enquanto, como concluiu a matéria do New York Times, parece que Larry Page conseguiu convencer os analistas e investidores de que vale a pena os gastos da companhia no campo da ficção científica.

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