Uma semana depois das eleições presidenciais americanas, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, já escolheu diversos nomes que devem compor o seu gabinete no início de seu segundo mandato na Casa Branca. O republicano assume a presidência dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro do ano que vem e deve anunciar todos os ocupantes dos cargos logo após cada decisão.
Segundo o jornal americano The New York Times, Trump está pedindo a ajuda de um grupo seleto de conselheiros e amigos para tomar as suas decisões, como o vice-presidente eleito J.D Vance, o empresário Elon Musk, que se aproximou do republicano na reta final da campanha e Howard Lutnick, CEO da empresa de serviços financeiros Cantor Fitzgerald.
Confira quem o presidente eleito já escolheu para o seu gabinete e os favoritos para cargos-chave em seu governo.
Susie Wiles-chefe de gabinete
O primeiro nome anunciado por Trump foi o de Susie Wiles para o cargo de chefe de gabinete. Susie foi chefe da campanha do republicano e tem uma relação próxima com o presidente eleito. Ela é creditada como a responsável por fazer a campanha de Trump ser mais disciplinada e focada em 2024 do que em 2020 e 2016.
Susie Wiles também tem bom trânsito entre todas as alas do Partido Republicano e trabalhou com o governador da Flórida, Ron DeSantis, em sua primeira campanha para o governo do Estado.
Aliados de Trump esperam que a escolha de Susie seja um sinal de que o presidente eleito busca construir uma equipe mais coesa, embora ainda menos convencional que a de seus antecessores democratas ou republicanos. Trump, que prometeu em 2016 contratar “apenas as melhores pessoas”, afirmou repetidamente que seu maior erro no primeiro mandato foi ter contratado pessoas erradas, algo que ele atribui à sua falta de experiência em Washington.
Thomas Homan-czar da imigração
Trump escolheu o policial aposentado Thomas Homan para ser responsável pela segurança das fronteiras dos Estados Unidos. Homan trabalhou na primeira administração do republicano, como diretor interino do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE).
Conhecido por uma política repressiva, Homan será o “czar da imigração” com a tarefa de implementar a agenda do republicano, que inclui a deportação em massa de imigrantes ilegais.
Homan era um dos favoritos para o cargo e ressaltou em julho durante a campanha de Trump que estaria disposto a “dirigir a maior operação de deportação que este país alguma vez viu”.
Os democratas criticaram Homan por defender a política de “tolerância zero” de Trump durante a sua primeira administração, o que levou à separação de milhares de pais e crianças que procuravam asilo na fronteira.
Elise Stefanik-embaixadora dos EUA na ONU
A congressista americana Elise Stefanik, de Nova York, foi escolhida para o cargo de embaixadora dos Estados Unidos na ONU. Ela é uma das defensoras mais ferrenhas de Trump desde o seu primeiro mandato e ganhou notoriedade na mídia ao questionar os reitores das principais universidades americanas após denuncias de antissemitismo nos campi das faculdades, em meio a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Eleita para o Congresso pela primeira vez em 2014, Elise foi escolhida por seus colegas do Partido Republicano como presidente da Conferência Republicana da Câmara em 2021, quando a ex-congressista Liz Cheney foi destituída do cargo.
Se confirmada pelo Congresso, ela representaria os interesses americanos na ONU, já que Trump promete acabar com a guerra travada pela Rússia contra a Ucrânia, iniciada em 2022.
Michael Waltz-conselheiro de Segurança Nacional
Trump deve escolher o congressista Michael Waltz, da Flórida, como conselheiro de Segurança Nacional. O anúncio oficial ainda não foi feito, mas segundo jornais americanos o republicano já bateu o martelo.
Waltz, de 50 anos, foi membro dos Comitês de Serviços Armados, Inteligência e Relações Exteriores da Câmara e sempre foi visto como um possível nome para o cargo por conta de suas duras posições em relação a China e Irã.
O anúncio colocaria Waltz na liderança de uma série de crises de segurança nacional, que passam pela guerra na Ucrânia, a aliança entre Rússia e Coreia do Norte e conflitos no Oriente Médio entre Israel, Irã, Hamas e Hezbollah.
Waltz é um veterano da Guarda Nacional, participou de diversas operações no Afeganistão e trabalhou no Pentágono.
Marco Rubio-secretário de Estado
De acordo com jornais americanos, Trump está inclinado a escolher o senador Marco Rubio, da Flórida, como secretário de Estado. Rubio e Trump se enfrentaram nas primárias republicanas de 2016 e trocaram farpas nos debates, mas depois se tornaram próximos.
Rubio foi eleito para o Senado em 2010 e tem assumido uma posição mais dura em política externa em relação à China, Irã, Venezuela e Cuba. O senador chegou a ser cotado para ser companheiro de chapa de Trump.
O senador foi criticado por republicanos que apontaram que ele era favorável a intervenções americanas no exterior, mas Rubio ressaltou que é a favor de um fim para a guerra na Ucrânia.
Stephen Miller-vice-chefe de gabinete para política
Stephen Miller, de 39 anos, foi conselheiro sênior durante a primeira administração de Trump e deve ser anunciado como vice-diretor de gabinete para política. Ele tem uma posição considerada linha dura em imigração e é favorável à deportação em massa de famílias de imigrantes que estão nos EUA sem documentos.
Após a saída de Trump da presidência, em 2021, Miller atuou como presidente da America First Legal, uma organização composta por ex-conselheiros de Trump que visa desafiar a administração Biden sobre questões como liberdade de expressão e Segurança Nacional.
Lee Zeldin-Agência de Proteção Ambiental
Trump escolheu o ex-congressista Lee Zeldin para liderar a Agência de Proteção Ambiental. Zeldin não parece ter qualquer experiência em questões ambientais, mas é um apoiador de longa data do ex-presidente.
Em um comunicado, Trump disse que Zeldin “garantirá decisões justas e rápidas para empresas americanas, ao mesmo tempo que manterá os mais elevados padrões ambientais, incluindo o ar e a água mais limpos do planeta”./com AP e NYT