O erro na previsão foi geral, do governo e do mercado. No terceiro trimestre, o resultado do Produto Interno Bruto foi bem pior do esperado pelas autoridades econômicas e pelos analistas econômicos e operadores financeiros. Entre julho e setembro o PIB cresceu só 0,6% na comparação (livre de influências sazonais) com o segundo trimestre.
Ninguém esperava crescimento tão pequeno. As projeções, coletadas pro várias agências de notícias econômicas variavam entre 0,9% e 1,4% de expansão. Todos esperavam um desempenho da economia muito melhor do que efetivamente aconteceu. Até mesmo as previsões do Banco Central – pelo IBC-Br – ficaram longe do que aconteceu,. Na prática, o País cresceu a metade do que estava previsto no terceiro trimestre.
O que aconteceu? O País estava “meio parado” e ninguém viu? O motivo está no formato deste baixo crescimento: os investimentos recuaram, como mostrou o IBGE, 2% na comparação com o segundo trimestre. O grave é que este recuo nos investimentos é o quinto consecutivo. Em outras palavras, nos últimos quinze meses os empresários pararam de investir, de comprar máquinas ou abrir novos negócios. Os investimentos caíram tanto, mês após mês, que o terceiro trimestre de 2012 alcançou um resultado, quanto a investimentos, que foi pior até que o do primeiro trimestre de 2009, logo depois da explosão da crise com a quebra dos bancos americanos de setembro de 2008.
Sem investimento não há avanço na economia. Por exemplo, o setor de serviços – que corresponde a 67% da atividade econômica brasileira – teve crescimento zero na comparação com o segundo trimestre. Nos serviços um dos principais um dos principais segmentos que recuaram forte foi intermediação financeira, bancos, seguradoras e previdência privada.
A indústria de transformação foi um dos setores que escaparam do recuo, com avanço de 1,5% em relação ao segundo trimestre, o melhor resultado de todos os sub setores da indústria, Mas, foi caso único. A indústria extrativa mineral recuou 0,4% em relação ao segundo trimestre, um sinal notório do que aconteceu com as exportações, especialmente de minério de ferro para a China. A indústria da construção civil cresceu apenas 0,3% na mesma comparação, quando os analistas estimavam expansão três vezes maior.
Mais uma vez, p único setor que avançou surpreendendo os analistas foi a agropecuária que cresceu 2,5% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior. Nesse caso, inclusive, ocorreu recuperação de produtos exportados pelo agronegócio. Foi a única boa notícia sobre o PIB brasileiro.
A expansão muito pequena do PIB no período de julho a setembro sinaliza que a economia brasileira crescerá pouco mais de 1% neste ano. Não era esperado nem pelo governo, nem pelo mercado.