Queda de exportações ameaça expansão no Japão

O Japão registrou em janeiro o seu maior déficit comercial em quase cinco anos. Tensões comerciais e a desaceleração econômica global pesaram sobre as exportações e ameaçaram o principal motor de crescimento do país.
O valor das exportações do Japão caiu 8,4% em relação ao mesmo mês de 2018, para 5,57 trilhões de ienes (US$ 50,2 bilhões).
A queda, maior do que o esperado, é a maior desde outubro de 2016, quando as exportações caíram 10,3%, segundo informou ontem o Ministério das Finanças.
As importações caíram 0,6%, afetadas pela menor demanda doméstica. Com o resultado de janeiro, o déficit comercial do Japão chega a 1,41 trilhão de ienes, o maior desde março de 2014.
Os dados refletem o impacto da disputa comercial entre EUA e China na economia global. O Japão, sede de empresas de máquinas para a fabricação de chips e peças de smartphones, foi atingido por menores gastos de fabricantes de semicondutores e celulares, em meio a preocupações quanto à menor a demanda por eletrônicos.
As exportações para a China caíram 17%. Embarques fracos de conectores, equipamentos de produção de displays e plásticos foram exacerbados pela queda na demanda antes do Ano Novo chinês.
As exportações fracas podem pesar sobre o crescimento. O PIB no último trimestre de 2018 cresceu 1,4% na comparação interanual, devido à recuperação pós-desastres naturais. “Apesar de ainda esperamos maior demanda doméstica antes do aumento de impostos sobre as vendas, há riscos para nossa projeção de crescimento de 1% neste ano”, disse Marcel Thieliant, da Capital Economics.
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