Esta contratação mostra bem o tamanho da briga na economia digital. O polêmico aplicativo Uber, que conecta passageiros a motoristas particulares, anunciou a contratação de David Plouffe, de 47 anos, coordenador das duas campanhas que elegeram o presidente americano Barack Obama, para lidar com o embate legal que a empresa enfrenta em diversos países.
Plouffe é um profissional efetivamente reconhecido. Ele foi a primeira pessoa citada por Obama, depois de sua família, em seu discurso de posse do primeiro mandato. Ele chefiava a equipe de estrategistas políticos do presidente americano quando foi sondado para assumir a vice-presidência de políticas e estratégias do Uber, cargo que passará a ocupar na empresa em setembro, como mostrou o Estadão, edição de 21/08, pg B15.
A companhia, considerada a maior startup da atualidade, recebeu em junho um investimento de US$ 1,2 bilhão, que elevou seu valor de mercado para US$ 18,2 bilhões. Mas, apesar do sucesso entre investidores, o aplicativo se tornou alvo de protestos de taxistas e cooperativas de todo o mundo, inclusive no Brasil, acusado de realizar transporte ilegal de passageiros e de promover a concorrência desleal.
O presidente executivo do Uber, Travis Kalanick, declarou ter encontrado um “brilhante general” que possui o conhecimento político que uma empresa cheia de profissionais de tecnologia não possui “para lidar com o cartel das empresas de táxi”. Plouffe declarou que seu papel será criar uma estratégia para eliminar as barreiras existentes ao Uber atualmente. “O Uber tem a chance de ser a empresa de uma década, se não de toda uma geração. Isso, é claro, se torna uma ameaça”, afirmou.
Em Londres o serviço foi considerado legal após alguma resistência. Mas, o app foi banido em cidades como Berlim e Hamburgo, na Alemanha. No Brasil, as prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro, onde o Uber funciona atualmente, declararam o serviço ilegal. Não será fácil a tarefa de Plouffe.