Quanto, ainda, o Google poderá crescer?

O maior risco em pensar em 2050 é esquecer 2014. O Google que o diga. O balanço do 1o. trimestre divulgado pelo Google, na semana passada, surpreendeu negativamente Wall Street. A empresa apresentava lucros sem sinal de problemas. Agora, parece necessário algum esforço.

Motivo dos problemas do Google: os usuários da internet estão migrando para dispositivos móveis, mas os anúncios nos celulares e tablets não têm a mesma familiaridade e apelo de suas versões em telas maiores. E, para o Google, são menos lucrativos. O volume de anúncios na empresa aumentou 26% no trimestre , o que parece bom. Mas, está abaixo do esperado, enquanto a quantia paga pelos anúncios caiu 9%, algo que parece negativo. E é bem negativo.

Outros pontos são preocupantes no balanço, como mostrou a matéria do The New York Times, assinada por David Streitfeld, traduzida no Estadão de 18/04, pg B14. As despesas operacionais consumiram 35% da renda, proporção que foi 31% no mesmo período de 2013. Aquisição de empresas quer dizer mais taxas pagas, inclusive aos especialistas. Há também custos imobiliários e construção e data centers.

A receita aumentou em 19% no trimestre, chegando a US$ 15,42 bilhões, mas o número ficou abaixo das expectativas. O ganho por ações também ficou abaixo das previsões. Imediatamente as ações do Google caíram 5% e recuperaram só um pouco no final e pregão de quinta-feira.

A matéria do New York Times faz uma brincadeira: dizem que Alexandre o Grande chorou ao saber que não havia mais reinos para conquistar. O Google sabe disso e tem investido em projetos de longo prazo. Mas, o ramo central de publicidade digital é tão dominante que os analistas estão se perguntando: quanto o Google ainda poderá continuar a crescer?

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