É o melhor resultado dos últimos dez anos. A economia americana cresceu a uma taxa anualizada de 3,9% no terceiro trimestre deste ano, um ritmo mais forte do que os 3,5% divulgados na primeira prévia para o Produto Interno Bruto (PIB) do período. A revisão foi puxada para cima especialmente pelo melhor desempenho do consumo e do investimento das empresas, que avançaram mais do que o estimado pelo Departamento de Comércio.
A expansão anualizada de 4,6% no segundo trimestre e a de 3,9% no terceiro marcaram os melhores seis meses dos EUA desde a segunda metade de 2003, mostrando o maior fôlego da economia americana em 2014. Parte desse bom resultado, porém, deve-se a uma correção da queda de 2,1% registrada nos três primeiros meses do ano, quando o inverno rigoroso e uma acumulação mais lenta de estoques levaram a uma queda do PIB.
Apesar dessa ressalva, os números revisados pelo Departamento de Comércio trouxeram boas notícias. Os gastos de consumo cresceram 2,2%, acima do 1,8% anteriormente divulgado. Despesas com bens duráveis, como automóveis, foram um fator importante para esse desempenho, como disse o economista Ryan Wang, do HSBC. Segundo ele, esse movimento reflete “o impacto combinado de taxas baixas de financiamento e a melhora no mecado de trabalho”. A taxa de desemprego está em queda, e a criação de empregos é razoável, embora os salários avancem a um ritmo ainda moderado.
O ritmo de expansão do investimento das empresas foi bem forte, passando de 5,5% para 7,1%. “As revisões ocorreram em áreas que são um bom indicativo para o crescimento: gastos de consumo e investimento das empresas”, resumiu a IHS Global Insight.
O consumo é importante porque responde por cerca de 70% do PIB americano. Já a disposição das empresas em investir mostra a maior confiança na expansão da atividade, além de ampliar a capacidade produtiva da economia.
O comércio exterior, por sua vez, contribuiu menos para a expansão do PIB no período do que se estimava – a colaboração foi de 0,8 ponto percentual, e não de 1,3 ponto, porque o crescimento das exportações foi menor do que inicialmente previsto.