PIB da China cresce ao menor ritmo em quase dez anos

O PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 6,5% no terceiro trimestre ante o ano anterior, ritmo mais baixo desde o primeiro trimestre de 2009, no pico da crise financeira global. 
Os números trazem preocupação num cenário de guerra comercial com os EUA, que pode enfraquecer mais a segunda maior economia do mundo.
Antes da divulgação dos dados, economistas esperavam que o crescimento no ano chegasse a 6,6%, atingindo confortavelmente a meta do governo de 6,5% e fosse a 6,3% em 2019. Mas agora alguns dizem que a expansão pode ainda menor no próximo ano.
“A tendência de desaceleração está se fortalecendo, apesar da promessa das autoridades chinesas de encorajar o investimento doméstico para sustentar a economia. A demanda doméstica está mais fraca do que as exportações inesperadamente sólidas”, disse Kota Hirayama, economista sênior de mercados emergentes do SMBC Nikko Securities.
“Olhando à frente, o cenário econômico não é otimista, com as exportações enfrentando mais obstáculos com as tarifas dos EUA e a demanda de países emergentes caindo. O crescimento do PIB deve desacelerar para algo entre 6% e 6,2% no próximo ano”, disse Nie Wen, analista do Hwabao Trust Shanghai.
O presidente do banco central, Yi Gang, prometeu medidas específicas para ajudar os problemas de financiamento das empresas e encorajar os bancos comerciais a impulsionar os empréstimos para empresas privadas. 
Na semana passada, o Banco do Povo da China anunciou o quarto corte de compulsório de bancos deste ano, aumentando as medidas para reduzir os custos de financiamento.
E mais medidas de apoio podem vir, disseram analistas, à medida que a China começa a arcar com o peso total da disputa comercial com os EUA.
“A China está puxando todas as alavancas para sustentar a demanda doméstica diante da pressão comercial. Já existe uma grande aceleração nos empréstimos em curso”, disse Ray Attrill, diretor de estratégia cambial da NAB.

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/10/china-busca-confianca-apos-crescimento-atingir-ritmo-mais-fraco-desde-2009.shtml

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