Os mais cotados para os principais cargos no governo Biden

Financial Times; O presidente eleito Joe Biden assumiu o compromisso de formar o governo mais diversificado da história dos Estados Unidos. Além de enfrentar a pandemia, a sua equipe terá também de e lidar com um ambiente econômico difícil, o que tornará a escolha do novo secretário do Tesouro particularmente crítica. 

Biden também terá de restaurar as relações com aliados estrangeiros, que foram prejudicadas nos últimos quatro anos, tornando suas escolhas para o Departamento de Estado e para o Pentágono especialmente importantes. 

O presidente eleito pode até decidir nomear um republicano para um importante cargo, para melhorar as chances de cooperação entre os dois partidos no Congresso americano. 

As chances são altas de que Biden terá de governar com um Senado controlado pelos republicanos. O Senado é responsável por confirmar os indicados para todos os cargos importantes, com exceção do conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. 

Aqui estão alguns nomes que estão sendo cotados em Washington para os cargos do alto escalão do governo de Biden: 

Secretário do Tesouro – Lael Brainard: Integrante do conselho do Federal Reserve (Fed, o BC americano) e ex-subsecretária do Tesouro para Assuntos Internacionais. É considerada a principal candidata para assumir o Departamento do Tesouro. No Fed, ela se concentrou na regulação financeira, incluindo a defesa de maior reservas de capital e o reforço de empréstimos para comunidades de baixa renda e minorias. 

Sarah Bloom Raskin: Foi vice-secretária do Tesouro e integrou do conselho do Fed. É outra cotada e seria vista com bons olhos pela ala mais esquerdista do Partido Democrata. 

Roger Ferguson: Presidente-executivo do fundo de pensão TIAA-CREF, foi vice- presidente do Fed. Estaria entre as escolhas mais favoráveis a Wall Street, considerando a sua função em uma grande empresa de investimentos. 

Janet Yellen: Ex-presidente do Fed e ex-funcionária da Casa Branca, ela traria sua vasta experiência para o cargo. Yellen está fortemente comprometida com a política de estímulos fiscais durante a pandemia – uma posição que ela expôs em um artigo publicado no “The New York Times” em agosto. 

Secretário de Estado Bill Burns: Foi vice-secretário de Estado, é um veterano do serviço diplomático americano, amplamente respeitado. Seria uma escolha apreciada pelo corpo diplomático para reerguer a moral do Departamento de Estado a as relações com os aliados dos EUA. Preside atualmente o centro de estudos Carnegie Endowment for International Peace. 

Susan Rice: Foi conselheira de Segurança Nacional de Barack Obama, é uma das mais linha-dura em termos de intervenção militar entre os democratas. Ela poderia ter dificuldade de ser aprovada pelo Senado devido à oposição dos republicanos, por causa de seu papel na explicação do ataque ao consulado americano em Bengazi (Líbia) em 2012. Ela também já chamou o senador republicano Lindsay Graham, presidente da comissão de Justiça, de “a piece of shit” (um merda). 

Chris Coons: Senador de Delaware, muito próximo de Biden, que mora nesse Estado. É um defensor do trabalho conjunto entre os partidos no Congresso dos EUA, algo que Biden acha importante. 

Conselho de Segurança Nacional Antony Blinken: Foi vice-secretário de Estado e vice- onselheiro de Segurança Nacional. É visto como a escolha mais provável. Mas esse veterano assessor de Biden é visto também como possível escolha para secretário de Estado. Ele estudou na França é um forte defensor da reconstrução das alianças dos EUA. 

Jake Sullivan: Foi o principal assessor de política externa da campanha presidencial de Hillary Clinton e fundamental na negociação do acordo nuclear com o Irã. Mas acredita-se que ele esteja mais interessado num cargo ligado à política interna na Casa Branca. 

Secretário de DefesaMichèle Flournoy: Foi do alto escalão do Departamento de Defesa, é considerada favorita para o cargo. Ela seria a primeira mulher a dirigir o Pentágono. Fez sua carreira na área de contrainteligência. Vê a China e a necessidade de ter a mais avançada tecnologia de defesa como os maiores desafios para os EUA. 

Tammy Duckworth: Senador de Illinois e veterano da Guerra do Iraque, e Jack Reed, o principal senador democrata na comissão das Forças Armadas, são vistos como possíveis opções se Biden quiser colocar um político no cargo. 

Diretor de Inteligência Avril Haines: Foi vice-diretora da CIA e vice-conselheira de Segurança Nacional, poderia retornar para assumir o cargo mais importante na principal agência de inteligência dos EUA, embora sua formação seja mais como advogada do que como profissional tradicional de inteligência. 

Michael Morell: Ex-diretor interino da CIA, passou a maior parte de sua carreira na agência e é visto como uma escolha forte entre as bases do órgão. 

Mike Rogers: Ex-deputado republicano, foi chefe da Comissão de Inteligência da Câmara dos Deputados. Está sendo considerado para assumir a chefia da Diretoria Nacional de Inteligência. Ele traria um ar de cooperação entre os partidos para o governo. 

Robert Cardillo: Dirigiu a agência nacional de inteligência geoespacial, é outra possível opção para a DNI. Como Rogers, ele estaria especialmente focado na segurança cibernética. 

Negociador comercial (USTR) Mike Wessel: É membro da comissão de revisão econômica e de segurança EUA- China. Tem experiência com a China, o que seria útil para o governo Biden, que quer trabalhar com os aliados dos EUA para pressionar Pequim a mudar as suas práticas comerciais. 

Katherine Tai: É a principal assessora comercial da comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados dos EUA. Foi advogada do Escritório do Representante Comercial (USTR) americano, onde liderou a equipe que verifica se a China cumpre seus compromissos comerciais. Ela é muito respeitada pelos democratas no Congresso e pode ajudar a conciliar as facções moderada e esquerdista do partido. 

Jimmy Gomez: Deputado democrata da Califórnia, teve papel importante na negociação de cláusulas trabalhistas mais fortes novo acordo comercial EUA-México- Canadá. Sua indicação pode sinalizar que Biden quer uma figura política que reforce os valores centrais dos democratas em comércio exterior, como diretos trabalhistas e proteção ambiental. Ele teria trânsito fácil no Congresso americano. 

Secretário de Justiça Sally Yates: Ex-secretária-adjunta de Justiça, ganhou destaque em 2017 como chefe interina do Departamento de Justiça de Donald Trump, que a demitiu por ela se recusar a defender nos tribunais um decreto do governo para barrar a entrada nos EUA de pessoas vindas de países muçulmanos. Ela é vista como alguém que defenderia a independência do órgão. 

Doug Jones: Senador democrata do Alabama, derrotado na eleição da semana passada. É amigo de longa data de Biden. Ele foi promotor no governo de Bill Clinton e trabalhou na defesa de direitos civis, inclusive processando dois membros da Ku Klux Klan pelo ataque, em 1963, a uma igreja de Birmingham. 

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2020/11/12/saiba-quem-sao-os-mais-cotados-para-os-principais-cargos-no-governo-biden.ghtml

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