O total investido por todos os patrocinadores da Olimpíada do Rio em marketing, publicidade e eventos desde que a cidade foi eleita, em 2009, como sede dos jogos deste ano é de R$ 4,6 bilhões. O levantamento foi realizado pela empresa de consultoria e auditoria EY (antiga Ernst & Young), segundo o vice-presidente executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, durante o evento “Pensamentos Olímpicos sobre a Economia Brasileira”, realizado no Rio de Janeiro.
“O grosso dos investimentos ocorreu no último ano e agora neste último período [da organização dos Jogos]”, disse o executivo, sem revelar os valores investidos pelo Bradesco em iniciativas relacionadas à Olimpíada. Outro estudo, elaborado pela Kantar Ibope Media a partir de dados sobre a compra de espaço publicitário nos seis primeiros meses deste ano, indica que os setores de serviços ao consumidor e financeiros, seguros, e serviços públicos e sociais apresentaram expansão significativa no período, na comparação com o conjunto dos demais segmentos, como mostrou artigo do Valor, assinado por Juliana Schincariol e Rodrigo Carro, publicado em 4/08.
O setor de serviços ao consumidor, por exemplo, alcançou 8% de crescimento no período, somando R$ 6,8 bilhões em mídia. A categoria teve como principal plataforma de comunicação a TV por assinatura, concentrando 60% da verba neste meio. Nos mercados financeiro e de seguros, a entrada de novas companhias, combinada ao reforço na verba de mídia de anunciantes (motivada em parte pelo patrocínio à Olimpíada), levou a um aumento de 6% na compra de espaço publicitário, que neste caso atingiu o total de R$ 4,4 bilhões no período.
Apesar do aumento dos gastos em alguns setores, o cenário econômico recessivo no país fez com que a compra total de espaço publicitário (considerando a tabela de preço dos veículos, sem levar em conta descontos e negociações) pelos anunciantes apresentasse números equivalentes ao do ano anterior no país. A soma chegou a R$ 60,7 bilhões, com variação de 1% sobre a registrada em 2015.
Entre as dez primeiras posições no ranking de anunciantes, os destaques na pesquisa da Kantar Ibope Media foram Procter & Gamble (P&G), General Motors e Trivago. Patrocinadora do Jogos Olímpicos, a P&G apresentou crescimento de 97% em compra de espaço publicitário no primeiro semestre do ano, com um total de R$ 807 milhões em mídia. A General Motors, com R$ 573 milhões, apresentou 53% de crescimento. O Trivago investiu R$ 558 milhões em verba de mídia.
No fim do mês passado, a menos de uma semana da abertura da Olimpíada, o Comitê Rio 2016 confirmou que havia atingido um montante de patrocínio equivalente ao dos Jogos de Londres, em 2012. Diretor comercial do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Renato Ciuchini confirmou que chegou a trabalhar com uma meta de R$ 3,5 bilhões em patrocínios. Mas, com a recusa de grandes empresas de mineração e energia em aderir, o patamar inicial se mostrou improvável, o que fez com que a meta fosse revista para R$ 3 bilhões. No fim de julho, o objetivo foi superado, com o total de cotas vendidas se aproximando de R$ 3,1 bilhões.
No caso dos Jogos Olímpicos de 2016, os patrocinadores mundiais são Atos, Bridgestone, Coca-Cola, Dow, GE, McDonald’s, Omega, Panasonic, P&G, Samsung e Visa. Os patrocínios negociados pelo Comitê Rio 2016 são divididos em três patamares distintos. O nível 1 é o dos patrocinadores oficiais, enquanto os níveis 2 e 3 correspondem, respectivamente, a apoiadores e fornecedores oficiais. A diferença entre os níveis está nas permissões para uso da marca dos Jogos Rio 2016.
“[O patrocínio] caracterizou o que é a marca do banco, que é ter presença em todos os cantos do Brasil”, afirmou Noronha, do Bradesco, referindo-se ao patrocínio do banco, em conjunto com Coca-Cola e Nissan, do revezamento da tocha olímpica. Durante os Jogos no Rio, o Bradesco receberá convidados para eventos comerciais, além de ter montado uma área específica no Parque Olímpico, chamada de Casa BRA, e a casa dos mascotes do evento, Tom e Vinícius.
O Bradesco também vai patrocinar shows em “live sites” (pontos de encontro da torcida com telões de transmissão das competições e programação cultural) da Rio 2016, espaços abertos para eventos gratuitos ao público durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Entre os lançamentos de produtos relacionados aos Jogos, o Bradesco também realizou fornecimento de cartões pré-pagos recarregáveis, em parceria com a bandeira Visa, e disponíveis em 12 pontos da cidade. Também junto com a Visa, o banco lançou, em período de testes, uma pulseira para pagamentos nas máquinas da Cielo.