Obama ganhou esta batalha. Mas, a guerra com o Tea Party é outra história..

Como em Hollywood… Quando faltava uma hora e meia para o prazo fatal, se fez o acordo. E os EUA escaparam da suspensão de pagamentos que poderia levar ao calote da dívida pública norte-americana. Primeiro, a Câmara dos Representantes aprovou, por 285 a 144 votos, o projeto de lei que elevava o limite da dívida e reabria a administração. Depois, o Senado aceitou o projeto por 81 votos a 17. Por último, pouco antes da meia-noite de quarta-feira, o presidente Obama sancionou o acordo que “reabria” o governo.

Parece uma solução completa, mas não é. Há um fato: o impasse no Congresso terminou, com data marcada para ser reiniciado. Os republicanos cederam em todas as exigências para o governo retomar suas atividades e para que o teto da dívida subisse. Obama saiu como vitorioso ao recusar qualquer mudança na reforma da saúde , conhecida de forma pejorativa como Obamacare.

O acordo no Senado garantiu recursos para o funcionamento do governo até 15 de janeiro além de aumentar o nível e endividamento até 7 de fevereiro. O acordo prevê também que uma comissão de deputados e senadores defina até 13 de dezembro um projeto de orçamento para  a próxima década envolvendo impostos e gastos.

Os republicanos, como mostrou matéria da Bloomberg, que o Valor Econômico traduziu na edição de 17/10, pg A13, saíram como os grandes derrotados. A oposição que tem maioria na Câmara insistiu em esvaziar o financiamento do Obamacare. Não deu certo. Depois, tentou adiar a reforma por uma ano. Tudo que conseguiu foi alguma garantia de que será verificada a renda de quem recebe subsídio para comprar seguro de saúde.

O clima político piorou muito entre os próprios republicanos. O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConell foi acusado por grupos ligados aos radicais do Tea Party  de ter “vendido os conservadores”. McConell liderou, ao lado do senador democrata o acordo que encerrou o impasse.

Outro tipo de prejuízo atingiu o presidente da Câmara dos representantes, o republicano John Boehner, que recusou colocar em votação anteontem o projeto que resolveria a questão de forma mais racional, argumentando que não tinha apoio de seu partido. A votação na noite de quarta-feira o desmentiu completamente. O liderança de Boehner na Câmara será questionada por motivo diferente da crítica de McConell.

As pesquisas de opinião mostravam que, cada vez mais, os norte-americanos culpavam os republicanos pela paralisação do governo. Essa situação terá reflexos eleitorais e estes reflexos são as grandes preocupações da cúpula do Partido Republicano.

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