O anúncio foi feito com toda a pompa. O presidente Barack Obama anunciou o seu plano para “degradar e finalmente destruir” o Estado Islâmico (Isis, na sigla em inglês), apresentando uma estratégia que envolverá ataques aéreos e apoio às forças dos parceiros dos Estados Unidos no Oriente Médio. Segundo o Presidente, os EUA vão liderar uma “ampla coalizão” para reduzir a ameaça terrorista representada pelo grupo radical.
Obama garantiu aos americanos que o esforço não vai incluir tropas do país em combate em solo estrangeiro, diferentemente do que ocorreu nas guerras do Iraque e do Afeganistão. O modelo será o mesmo que foi “perseguido com sucesso no Iêmen e na Somália por anos”, afirmou ele, como mostrou o Valor Econômico na edição de 11/09, pg A13.
Depois de ter dito há duas semanas que ainda não tinha uma estratégia para enfrentar o Isis na Síria, o que lhe rendeu muitas críticas, o presidente passou a dar prioridade ao assunto, especialmente depois da decapitação de um segundo jornalista americano pelo grupo. Ontem, Obama destacou que o seu plano foi desenhado após consultas com aliados no exterior e com o Congresso, num quadro em que há um novo governo no Iraque.
Obama disse que os EUA vão adotar uma “estratégia contraterrorista abrangente e sustentada”, atingindo o Isis onde quer que ele esteja. Com isso, os americanos devem promover ataques aéreos a alvos do Estado Islâmico também na Síria – até o momento, eles se restringem ao Iraque. A coalizão deve reunir membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e países árabes vizinhos da Síria.
Obama fez o anúncio num momento em que aumenta o apoio para uma ação militar dos EUA para enfrentar o Estado Islâmico, que controla regiões do Iraque e da Síria. Segundo pesquisa do “Wall Street Journal” e da NBC News, 61% dos entrevistados disseram que é do interesse nacional do país agir militarmente contra o Isis. Outros 13% afirmaram ser contra.
Questionados sobre qual tipo de ação militar os Estados Unidos devem adotar, 40% defenderam apenas o uso de ataques aéreos limitados, enquanto uma parcela de 34% acha que a estratégia também deve incluir tropas de combate. Outros 15% disseram ser contra qualquer tipo de envolvimento militar.
O envio de mais soldados para lutar em terra, porém, parece totalmente fora dos planos do presidente. Ele sempre reitera que não quer envolver os EUA em mais uma guerra no Oriente Médio.