Entre janeiro e setembro deste ano as receitas com lucros e dividendos vindos do exterior somaram US$ 4,2 bilhões, o maior resultado desde 1979. Em outras palavras: as remessas de lucro das filiais das empresas brasileiras que operam no exterior praticamente quadruplicaram em relação ao que foi enviado no ano de 2011. No ano passado, essa receita vinda de fora atingiu US$ 1,08 bilhão. Neste ano, esse valor aumentou 290%. A entrada de lucros ocorreu nos setores em que aconteceu maior internacionalização das empresas brasileiras, como alimentos serviços e commodities. Há duas explicações para esse movimento dos lucros, agora, em direção ao Brasil, como ponderou a matéria do Estadão publicada em 11 de novembro na página B9. A primeira, diz respeito à própria expansão dos empreendimentos e investimentos das empresas brasileiras no exterior. Quanto maior for a quantidade de investimentos diretos brasileiros lá fora (comprando ou abrindo empresas subsidiárias das já existentes aqui), maior será o potencial de lucros que voltará ao País. O segundo motivo para reentrada dos capitais na forma de lucros e dividendos é a própria necessidade de recursos para investimentos no mercado nacional. Em outras palavras: há um consenso que a aplicação de recurso aqui no Brasil é bom negócio. Deste modo, o lucro não é reinvestido fora do Brasil, mas no próprio mercado brasileiro. Muitas empresas adiaram investimentos fora, exatamente porque preferiram fazê-lo aqui. Alguns analistas apontaram, no entanto, que essa decisão não quer dizer abandono da expansão de negócios no exterior, porque esta é estratégia de longo prazo. O que motivou a decisão de repatriar o lucro alcançado é o fato de que, neste momento, frente à crise internacional, o Brasil é um bom negócio.