Nova classe média prefere consumir computador e serviços

Somados eles representam 104 milhões de pessoas. Portanto, já são a maioria (53%) dos brasileiros. O “eles” são a famosa classe media que agora, oficialmente, ganhou perfil mais exato. O que eles compram? Por que computador está na frente até de máquina de lavar na ordem das preferências de consumo? É curioso, mas diploma universitário também está bem lá na frente dos sonhos e ambições permitidas pela expansão da renda.
Primeiro, vem a questão do tamanho dessa nova classe. A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República avisou que na última década 37 milhões de pessoas chegaram à classe media. O governo identificou o desafio básico: adequar as políticas públicas e os serviços oferecidos pelo Estado aos “novos interesses” de uma camada da população que cresceu muito.
A pesquisa foi feita pela Confederação Nacional da Indústria com o apoio técnico do IBOPE e reconhecida oficialmente pela SAE. O importante é a metodologia usada por analisar dados dos 27 estados brasileiros. O critério definiu classe média como formada por pessoas com renda familiar per capita de R$ 291 a R$ 1.019 por mês. Ou seja, um casal com dois filhos será classe média se juntos somarem renda mensal entre R$ 1.164 (mínimo) até R$ 4.076. os autores da pesquisa avisam que o valor é baixo se analisado “pela ótica dos segmentos de renda mais altos” mas, os dados do IBGE mostram que metade dos brasileiros vive com renda familiar mensal per capita inferior a R$ 440. A SAE mostrou que a renda familiar dos 5% mais ricos do Brasil começa na faixa dos R$ 2.635 mensais sempre per capita. Vale a pena saber que o 1% mais ricos do Brasil tem renda média per capita familiar mensal de R$ 11.005.
Os dados do Ibope mostram os projetos dessa nova classe média. O primeiro é plano de saúde. Os dados da pesquisa mostraram que 24% dos recém chegados à camada média tem cobertura média particular. É interessante também a rápida evolução no consumo de educação privada. No total da população brasileira apenas 7% chegou ao ensino superior, na classe média essa porcentagem já atingiu 12%. O estudo mostrou que 14% dos jovens da nova classe média já estudam no ensino básico particular. Nas faixas de renda mais alta da classe alta, 40% já tem ensino superior completo.
O estudo avisa que o perfil de consumo da classe média deve mudar na direção “dos serviços”. O interesse de investidores estrangeiros nesse setor da economia brasileira tem essa razão. Esta realidade dá um bom debate: porque computador é o bem mais procurado? Por que expansão de serviços no Brasil atrai tanto dinheiro de fora?

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