O mundo passou a prestar muita atenção ao banco central Americano. Janet Yellen, a presidente do Federal Reserve (BC dos EUA), afirmou que a economia americana está se saindo bem e que o comitê de política monetária do Fed poderá considerar a possibilidade de aumentar as taxas de juros na reunião do mês que vem.
Os “riscos de deterioração” da economia dos EUA em decorrência dos acontecimentos econômicos e financeiros globais diminuíram desde setembro, disse Yellen em pronunciamento ontem ao Congresso, reiterando a mensagem positiva projetada pelo Fed após a reunião de outubro. Como mostrou material do Financial Times, assinada por Sam Felming, publciada pelo Valor Econômico, edição de 5/11.
Yellen acrescentou que a capacidade disponível do mercado de trabalho caiu “significativamente” desde o começo do ano, mesmo com a desaceleração recente do ritmo de criação de empregos. Diante disso, a reunião de 15 e 16 de dezembro do Fed será uma “possibilidade real” de um aumento dos juros, acrescentou.
Suas observações levaram a uma alta do dólar e dos rendimentos dos títulos de curto prazo, contribuindo para os ganhos depois do anúncio de dados animadores para o setor de serviços pelo instituto ISM.
No mês passado, os investidores foram pegos no contrapé pelos sinais emitidos pelo Fed após sua reunião de política monetária, de que haveria a possibilidade de alta de juros em dezembro, em razão da diminuição das ameaças externas à economia dos EUA. O Fed, que não aumenta as taxas desde 2006, vem discutindo um aperto de sua política ao longo deste ano.
Em sua reunião de outubro, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc) indicou que “poderá ser apropriado ajustar as taxas em nossa próxima reunião”, disse ontem Yellen à Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes. Mas ela acrescentou que “nenhuma decisão foi tomada a esse respeito”. A votação vai depender da avaliação do Fomc sobre as perspectivas econômicas, que serão informadas por dados a serem divulgados nas próximas semanas.
Yellen insistiu que o ritmo do aumento de juros será “gradual e calculado”, reiterando uma mensagem importante que o banco central vem transmitindo este ano.
Um congressista, contemplando uma possível deterioração da economia, perguntou a Yellen se ela poderia descartar a adoção de taxas de juros negativas pelo Fed. Ela disse não ver nenhuma necessidade disso no momento, mas observou que o Fed não tem como hábito descartar opções de política.
“Suponhamos que haja uma deterioração significativa das perspectivas econômicas – algo que não contemplo -, a ponto de termos de dar um maior apoio à economia. Aí a possibilidade de juro negativo seria discutida”, disse. “Mas teríamos que estudar com muito cuidado como eles funcionariam no contexto americano.” A presidente do Fed também enfrentou questionamentos hostis de legisladores republicanos sobre a regulamentação bancária. Eles acusaram o Federal Reserve de falta de transparência.