A palavra austeridade tem um difícil significado na Europa: quer dizer muito desemprego e uma crise sem fim. E atinge alguns países bem mais que outros, Espanha e França, por exemplo. Ontem, o Eurostat, uma espécie de IBGE europeu divulgou que na Espanha, 6,2 milhões de pessoas estão sem trabalho, o equivalente a 27,16% da população ativa, o prior índice desde que se começou a medir o desemprego no país. Na França, 3,19 milhões de pessoas sem trabalho, ou seja, 10,2% da população ativa, o pior índice desde 1997.
O grave, como mostrou matéria do correspondente do estadão em Paria, publicada na edição de hoje pg B8, a situação é bem pior para os mais jovens. Na Espanha, 57,2% dos jovens entre 16 e 24 anos não têm trabalho. O que mais preocupa é que este número é 2% pior do que o registrado faz três meses, no final de 2012. A situação d França não é diferente. Em março, o número de pessoas procurando emprego aumentou pelo 23º mês consecutivo e atingiu o mais alto índice desde os anos 1990. O Ministério do Trabalho francês informou ontem que, considerando também o número de franceses em situação precária de trabalho ( os que estão a procura de emprego) o índice de desocupação ultrapassou 5 milhões de pessoas no país.
O quadro é preocupante porque atinge a demografia. O desemprego de jovens é uma das causas apontadas por demógrafos para a nova realidade social espanhola: decrescimento populacional. O Instituto Nacional de Estatística da Espanha revelou que o totald ehabitantes na Espanha diminuiu em 260 mil pessoas em 2012. O principal motivo foi a saída dos jovens a procura de trabalho fora da Espanha.