Na computação em nuvem, Google perdeu do Amazon

A briga é de gente muito grande. O Google construiu uma das redes de centros de dados mais poderosas do mundo, capaz de processar mais de três bilhões de buscas por dia. Mas ficou atrás da Amazon no aquecido negócio de aluguel de capacidade computacional para terceiros.

Agora, o Google está renovando seus esforços para alcançar a Amazon. Numa conferência na terça-feira, a empresa apresentou novos serviços para facilitar que os clientes adotem mais rapidamente a computação em nuvem.

Os executivos do Google dizem que aprenderam com os erros do passado e estão adaptando os produtos da empresa. Será um desafio difícil, como mostrou matéria do The Wall Street Journal, assinada por Alistair Barr, publicada no Valor Econômico, edição de 6/11, pg B11.

A Amazon começou a alugar potência de computação em 2006 com sua unidade Amazon Web Services. O Google lançou seu serviço dois anos depois. Mas o Google exigia no início que os clientes adaptassem seu software ao formato dele. A abordagem mais flexível da Amazon provou ser mais popular. Ela usa as chamadas máquinas virtuais, que permitem a programadores usar as mais populares linguagens de programação, bancos de dados e outras ferramentas. O Google adotou esse formato mais tarde, mas já havia perdido a liderança.

A Amazon é a líder absoluta do setor, fornecendo a maioria das unidades de computação em nuvem e abocanhando cerca de 33% da receita, de acordo com estimativas da firma de pesquisa Gartner, que coloca a Azure, da Microsoft Corp., em segundo e o Google em terceiro. A Gartner informa que o mercado de aluguel de recursos de computação crescerá 35% por ano, atingindo US$ 42 bilhões em 2018, ante US$ 9,2 bilhões no ano passado.

A complexidade e o custo para o cliente de uma troca de provedor é um dos grandes problemas do Google. Os usuários da nuvem dizem que o ecossistema maior e mais desenvolvido de consultorias e programadores em torno dos serviços da Amazon é uma grande vantagem.

No início, a computação em nuvem não foi considerada prioridade pelo Google nem recebeu os melhores engenheiros, que eram destinados para publicidade ou projetos avançados, dizem duas pessoas a par do assunto. Os centros de dados do Google foram customizados para processar buscas com mais eficiência. Isso significa que o software e aplicativos tiveram que ser escritos num formato diferente do usado fora do Google. O primeiro serviço na nuvem do Google, o App Engine, usava a abordagem interna. A Amazon já empregava mais a tecnologia padrão.

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