Assistir televisão é hábito que está em plena mutação. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou ontem os números mais recentes sobre o serviço de TV por assinatura. Em 2012, o Brasil fechou o ano com 16,188 milhões de assinantes. O mais importante é a velocidade de expansão: 3,4 milhões de novas assinaturas, crescimento de 27% em relação ao número de assinantes de 2011. Nada mal!
TV por assinatura é só o começo da mudança. Em qualquer canto do mundo. Aliás, no Brasil, no dia 1º de fevereiro começa “House of Cards”, algo como Castelo de Cartas, série ambientada em Washington, sobre as relações entre corrupção de políticos e mídia. É a trajetória de Francis Underwood (interpretação brilhante de Kevin Spacey), político inescrupuloso da Câmara dos Deputados e a investigação sobre ele da repórter iniciante Zoe Barnes (Kate Mara). O mais importante não é a história, é o formato: House of Cards, é lançamento mundial da Netflix, serviço de transmissão on line de filmes e séries.
Isto é: a série não foi feita para TV, foi feita para transmissão via internet, serviço conhecido por streaming. Os 13 episódios da série serão vistos pelo expectador quando e como ele quiser. Ele verá de uma vez só todos os episódios, ou aos poucos, quando quiser. A publicidade da série não fala em lançamento em tal data, avisa que ela “estará disponível” a partir de…
Essa mudança, a do streaming, começa na velocidade de adesão á TV por assinatura. Como mostrou a matéria do Valor Econômico de 29 de janeiro (pg B3) apenas em dezembro a base de assinantes alcançou crescimento liquido de 222 mil, ou seja, novos clientes descontados os que desistem. A Anatel calcula que o serviço de TV paga atinge 54 milhões de pessoas no País todo, porque já está presente em 27% dos domicílios brasileiros.
O padrão via satélite é o maior: 60,8% das adesões. Por cabo, atinge 38% dos assinantes. A região Sudeste tem o maior percentual de lares conectados: 38,6%, mas a velocidade de crescimento é muito maior no Norte e Nordeste. A Net/Embratel tem 52,4% das assinaturas (8,4 milhões de assinantes) seguido pela Sky com 31,1% (5,08 milhões de assinaturas) e pela OI com 4,6% e Telefônica, 3,6%. AGVT tem 2,6% das assinaturas.
O mercado brasileiro é um dos mais atraentes do mundo para o serviço streaming. O House of Cards atinge tema mais de nicho. Em abril, chega na mesma empresa os 13 episódios de Hemlock Grove, série de terror gótico. Analistas de mercado são unânimes em apontar essa tendência como definida para o futuro de ver TV. O começo da mudança está na decisão de compra, de pagar para ver o que se quer. A TV, nunca mais será como antes…