Se o caso do McDonald’s vale como referência, a visão de negócios mudou mesmo. A Vice-Presidência de Desenvolvimento da rede de fast-food no Brasil comunicou que está “desbravando” pequenas cidades de 20 mil habitantes e tentará abrir 421 restaurantes nelas em pouco mais de três meses. Até a semana passada, só neste semestre, 28 tinham sido abertos. O desafio é chegar a 70, mesmo número do ano passado; e, manter a mesma faixa em 2014.
O mito de que só vale abrir restaurante em cidade com mais de 200 mil habitantes foi derrubado, como insistem os responsáveis pela expansão física da maior rede de fast-food mundial. Motivo: as classes A e B são o público que sustenta as vendas do McDonald’s como defende a área de Marketing da empresa, mas “temos que estar preparados para atender a C e ela precisa ser desmistificada: não é mais pobre e está mais educada”, insiste o vice-presidente de Marketing, Roberto Gynepec.
Como mostrou matéria do Valor Econômico, edição de 26/09, pg B6, a bandeira McDonald’s está presente em cerca de 180 municípios. Um plano da empresa, baseado no mapa dos 5.561 municípios brasileiros, prevê rápida expansão. A rede está com 759 lojas no Brasil, sendo 366 dentro de shoppings e 393 fora deles. Pesquisas recentes mostraram que para alcançar 75% das residências brasileiras das três classes A, B e C , qualquer empresa precisará estar presente em 405 municípios até 2020. Hoje, este mesmo volume de consumidores está em 345 municípios. Vale a repetição: até junho de 2013 o McDonald’s estava presente em apenas 180 municípios brasileiros.
Nos primeiros seis meses deste ano, a rede registrou no Brasil aumento de 5,8% na receita líquida e recuo de 10,5% no lucro operacional. No segundo trimestre, isoladamente, a receita foi de R$ 459 milhões. As vendas em reais cresceram 15,6% de abril a junho.