Montadoras do ABC? Esqueça. O “polo caipira” vai superar…

O prazo está marcado. Em 2016 entram em operação duas fábricas de veículos no interior de São Paulo. Uma da Honda, em Itirapina e outra da Mercedes-Benz, em Iracemápolis. Ambas integram o “polo caipira das montadoras” que em pouco tempo ultrapassará em volume de produção o ABC paulista.

A área entre Campinas, Sumaré, Sorocaba e São Carlos receberá quatro grandes montadoras, investimentos de R$ 4 bilhões, com geração de milhares de empregos diretos. A coreana Hyunday inicia atividade ainda em 2013, em Piracicaba, e a japonesa Toyota abriu a segunda fábrica no interior, em Sorocaba, no ano passado.

Com as montadoras que chegaram no interior de São Paulo ainda na década de 1990, as 4 novas fábricas somam sete industriais automotivas. Seria preciso incluir as fábricas de máquinas agrícolas da região nesse polo.  A Volks está em São Carlos desde 1996, a Honda em Sumaré e a Toyota em Indaiatuba, ambas desde 1998.

O ABC tem a sua história. Como mostrou matéria do Estadão de 21/10, pg B5, no ABC estão seis montadoras de carros comerciais leves, caminhões e ônibus, lá instaladas desde 1959. Em 2011, do 1,45 milhão de veículos produzidos em São Paulo, 880 mil saíam do ABC e 574 mil do interior do Estado. Estes números vão mudar em 2016 quando as fábricas da Honda e da Mercedes devem produzir mais 356 mil carros, ultrapassando o ABC como maior área produtora do País.

A desconcentração da indústria automobilística começou no anos 1970 com a ida da Fiat para Betim e se intensificou nos anos 90 com o novo regime automotivo. O interior paulista passou a ser o grande polo de investimento das montadoras. Motivo: a região está próxima de rodovias importantes para o escoamento da produção na direção do porto de Santos e de todo um polo de qualificação de mão de obra com grandes universidades.

A previsão é de forte desenvolvimento urbano de cidades de médio e pequeno porte, antes dependentes apenas do setor agrícola, em especial cana. A expectativa é que só as fábricas novas da Honda e Mercedes gerem mais de 12 mil empregos diretos quando inauguradas.

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