Microsoft aposta alto: “recriar o mundo” com o Windows 8.

A aposta da Microsoft foi lá em cima. O tamanho dessa jogada foi resumido pelo presidente da companhia, Steve Balmer, ontem em Nova York: “estamos tentando reinventar o mundo a partir do zero com o Windows 8”. Descontado o excesso de oratória, parece claro que a gigante Microsoft ficou sem o direito de errar: se a versão nova do seu sistema operacional falhar, a percepção de que a empresa ficou “atrasada” pode se consolidar,  porque ela preserva seu domínio no campo dos computadores pessoais, enquanto o mundo considera mais relevante o caminho dos smartphones, tablets e mais dispositivos móveis.

O Windows 8 foi feito para rodar em PCs e tablets, um híbrido por natureza. É a maior mudança do sistema operacional tão vitorioso nos últimos 17 anos. O maior cenário dessa mudança está na aceitação, pela primeira vez pela Microsoft, da tela sensível ao toque. Porém, a novidade continua no fato seguinte: o sistema pode ser conectado ao desktop caseiro que permite controle por meio de teclado e mouse.

O objetivo da empresa com o Windows 8 é suficientemente claro: assumir papel integral em todas as telas importantes nas vidas das pessoas, o que inclui, desde smartphones até televisores, passando por PCs e tablets. Isto quer dizer: a Microsoft está interessada em não perder qualquer negócio. O alvo maior do Windows 8 é que ele seja operacional em qualquer ambiente. Em outras palavras, o próprio sistema operacional, na concepção nova do Windows 8 passa a ser móvel e pode ser usado em qualquer aparelho.

Para que todos se convençam de que a mudança é de verdade, o novo sistema recebe os usuários com um mosaico de aplicativos e não mais com os tradicionais ícones do desktop, marca típica da Microsoft durante tantos anos. Alguns críticos se apressaram em falar de “miscelânea confusa” que frustrará os usuários já costumados aos ícones. A maior tarefa dos executivos no lançamento era explicar que há uma opção no novo sistema de “fazer reaparecer” todos os ícones tradicionais, se o usuário se sentir muito desconfortável com tanta inovação.

Junto ao novo Windows, a Microsoft lançou o Surface, o seu aparelho rival para o iPad. Os técnicos da Microsoft insistiam que  a intenção era combinar o Windows 8, com o navegador Internet Explorer, mais a tela sensível ao toque, tudo criando uma “experiência única” como reafirmou o presidente da Microsoft no Brasil, Michel Levy, no lançamento da plataforma que ocorreu em São Paulo, junto com a festa em Nova York. Não há data ainda para que o  Surface chegue oficialmente às lojas brasileiras.

Um dado importante: como a aposta em torno do novo produto é muito alta, o preço da  campanha publicitária foi tão alto quanto: segundo a revista Forbes, a campanha que a Microsoft fez para o lançamento do Windows 8 custou cerca de US$ 1,5 bilhão.

Comentários estão desabilitados para essa publicação