Leis de proteção de dados vão incentivar ‘nuvem’, diz Google

As leis para regular o uso e o armazenamento de dados digitais que têm surgido ao redor do mundo vão servir como mais um estímulo à adoção do modelo de computação em nuvem, segundo Miles Ward, diretor de arquitetura e soluções do Google Cloud.
“A terceirização é a única forma de se manter compatível com as novas regras sem ter que arcar com os custos envolvidos no processo”, diz Ward, que participa hoje, em São Paulo, do Cloud Forum, evento que discute os impactos e as oportunidades da adoção do modelo de nuvem para os negócios.
Sob o conceito da nuvem, uma empresa deixa de investir em infraestrutura e equipes próprias para cuidar do armazenamento e do processamento de suas informações. Isso passa a ser feito dentro do centro de dados de terceiros, com o pagamento proporcional ao que é consumido – quando usa mais, paga mais e quando usa menos, paga menos. Na nuvem, fica a cargo do fornecedor dos serviços fazer as manutenções da estrutura e garantir que ela esteja de acordo com leis e regras. As companhias também costumam oferecer apoio aos clientes para se adaptarem a algumas regras, o que pode reduzir custos e esforços, como mostrou matéria do Valor, assinada por Gustavo Brigatto, publicada em 24/04.
A mudança para a nuvem tem ocorrido de forma acelerada – a empresa de pesquisas Gartner projeta aumento de 60% nos gastos com o modelo de nuvem pública entre 2017 e 2020, chegando a US$ 411,4 bilhões – mas ainda esbarra em questionamentos em relação ao volume de investimento necessários, segurança dos dados e recursos disponíveis. Na avaliação de Ward, o que é oferecido na nuvem evoluiu muito, o que representa um caminho para que essas questões sejam dirimidas. Ele também destaca que a perspectiva de adotar o modelo tem ganhado mais atenção das altas lideranças das empresas, o que torna o assunto mais fácil de ser abordado.
No Brasil, por exemplo, ele acredita que esse é um dos fatores que fizeram a adoção da nuvem se acelerar nos últimos seis meses. O período coincide com o lançamento do centro de dados do serviço de nuvem do Google no Brasil, mas Ward não credita à companhia nenhum feito. “As pessoas perceberam que é permitido falar de nuvem, porque a alta gestão está interessada”, disse. Segundo ele, uma das grandes vantagens do modelo é que ele reduz o custo de experimentação e testes, o que acelera a inovação – um imperativo nos dias de hoje. “A nuvem é uma tecnologia desenhada para mudança”, diz.
Google, Amazon, Microsoft e IBM travam uma disputa ferrenha, que envolve bilhões de dólares aplicados todos os anos para financiar a construção de centros de dados e o lançamento de novos produtos. A lista de competidores é reforçada pela Oracle e pela chinesa Alibaba, que correm para não perder mais tempo nessa disputa.
A competição, que até pouco tempo estava muito concentrada na guerra de preços, agora está evoluindo para ofertas mais avançadas, incorporando recursos como inteligência artificial e blockchain (o sistema de armazenamento de informações por trás do bitcoin).

http://www.valor.com.br/empresas/5477067/leis-de-protecao-de-dados-vao-incentivar-nuvem-diz-google#

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