As desculpas foram muitas, mas os números foram os piores possíveis. Os eleitores desejavam que 2013 fosse o ano em que os congressistas, livres de pressões eleitorais imediatas reformulariam a política de imigração americana, aprovariam orçamento que diminuiria o endividamento e agilizariam acordos comerciais.
Em vez disso, o Congresso em Washington se encaminha para registrar seu ano menos produtivo da História com apenas 56 matérias legislativas sancionadas em lei até agora. O recorde anterior de baixa produção, alcançado em 1995, era de apenas 88 novas leis. Os lobistas que representam os executivos de empresas americanas estão especialmente decepcionados.
Entre as leis aprovadas, como mostrou matéria da Agência Bloomberg, assinada por Laura Litvan, traduzida pelo Valor em 12/12, pg A13, estão medidas que aceleram a passagem de veteranos de guerra com deficiência física pelos bloqueios nos aeroportos, ou outra que transformou uma área federal no Wyoming em campo regional de treinamento de tiro.
As leis de maior relevância, como aumentar a concessão de vistos para trabalhadores qualificados – solicitação urgente das empresas de tecnologia -, restabelecer gastos militares em áreas críticas de defesa ou regular as alíquotas de impostos específicos não foram votadas por nenhuma das duas Casas do Congresso.
Os motivos são muitos. Ressentimento entre partidos pelas pressões pela paralisação do executivo, finalmente alcançada em outubro, é o mais mencionado. Além disso, o Congresso teve muitos dias de recesso neste ano. A Câmara parou 191 dias e o Senado 199 dias. Além disso, certas decisões aprovadas em uma das Casas era ignorada na outra. Exemplo: o Senado aprovou medida para aumentar o salário mínimo e proibiu patrões demitir por orientação sexual. A Câmara, com maioria mais conservadora, simplesmente ignorou a decisão. A lei de assistência médica de 2010 foi votada e recusada 46 vezes na Câmara, mas o Senado não tem sequer planos de apreciar a medida.
O impasse se agravou desde que os republicanos conquistaram maioria na Câmara no começo de 2011. As facções ficaram tão irreconciliáveis que o resultado final foi este mesmo: recorde de baixa produtividade.