Economizar energia virou obrigação. E dá prêmio Nobel. A invenção dos LEDs (diodos emissores de luz) azuis, que permitiu a criação de fontes de luz branca brilhantes e eficientes, deu o Prêmio Nobel de Física a três cientistas japoneses, um deles naturalizado americano. Isamu Akasaki, 85, e Hiroshi Amano, 54, da Universidade de Nagoya (Japão), e Shuji Nakamura, 60, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara (EUA), receberão, cada um, um terço do prêmio de 8 milhões de coroas suecas (R$ 2,67 milhões).
LEDs verdes e vermelhos já existiam desde os anos 1960, mas só no início dos 1990 compostos semicondutores desenvolvidos pelos três cientistas permitiram criar os dispositivos na versão azul.
Com a combinação dessas três cores fundamentais, finalmente foi possível produzir luz branca para substituir lâmpadas incandescentes, primeiro, e fluorescentes, depois, economizando energia, como mostrou material da Folha, de 8/10, pg C8.
LEDs são usados hoje também em TVs e telas de smartphones, permitindo não só economia de energia mas a miniaturização de aparelhos.
Um LED é feito de camadas de material semicondutor nas quais se aplica uma corrente elétrica. Dependendo do material, uma luz de cor diferente é emitida. O LED azul inventado por Akasaki, Amano e Nakamura consiste de várias camadas de nitreto de gálio (GaN) combinadas com índio (In) e alumínio (Al).
Encontrar os elementos e a composição certa, porém, era difícil, porque a computação no fim da década de 1980 ainda não permitia simular propriedades de todas as substâncias estudadas. E encontrar o nitreto de gálio foi só o início do caminho.
As fontes de luz branca por LED têm eficiência energética quatro vezes maior que as lâmpadas fluorescentes e 18 vezes maior do que lâmpadas incandescentes. Isso é possível porque LEDs convertem virtualmente toda a corrente elétrica que os alimenta em luz, sem deixar energia escapar na forma de calor.