Inveja pode ser o maior problema de novo ciclo de expansão do Facebook

Os  pesquisadores ficaram muito surpresos com o que perceberam: o velho e conhecido sentimento de inveja pode afastar as pessoas do Facebook. O estudo de duas universidades alemãs mostrou que uma em cada três pessoas confessou que fica mais insatisfeita com a própria via , enfim sente-se pior, depois de navegar na rede social.

O problema é bem simples: acompanhar as férias dos outros, suas conquistas amorosas ou o sucesso profissional provoca infelicidade e solidão, fatores bem conhecidos dos psicólogos para despertar inveja. A pesquisadora Hanna Krasnova, do Instituto de Sistemas de Informação na Universidade Humboldt, Berlim foi bem objetiva: “ficamos surpresos ao ver quantas pessoas têm experiência negativa com o Facebook, com a inveja fazendo-as se sentirem sozinhas, frustradas ou com raiva”.

A questão central é o impacto que essa sensação pode causar para a empresa que já tem mais de um bilhão de usuários no mundo. Como mostrou a matéria publicada no Estadão de hoje, Caderno de Economia, pg B12, a professora Krasnova ponderou que as observações da pesquisa “indicam que algumas pessoas devem sair do Facebook ou pelo menos reduzir o uso que fazem do site” respondendo às especulações do repórter sobre se o Facebook poderia chegar a um “ponto de saturação” em alguns países. A matéria foi distribuída ontem pela agência internacional de notícias Reuters.

Os pesquisadores da Universidade Humboldt e da Universidade Técnica de Darmastadt, responsáveis pelo estudo identificaram que as fotos de férias são a maior “causa de ressentimento” com mais da metade das ocorrências de inveja provocadas por imagens postadas na rede. A segunda causa mais comum de inveja é a interação social, por permitir comparações, por exemplo, quantas felicitações de aniversários receberam ou quantas “curtidas” foram feitas e alguma foto ou post.

O estudo, realizado em dois grupos distintos, envolveu conjunto de 600 alemães. Os pesquisadores afirmaram que os resultados podem ter dimensão internacional, porque o sentimento de inveja é universal e impactará o uso do Facebook em qualquer país. Uma constatação técnica importante no estudo é que “acompanhamento passivo provoca emoções amargas”, sensação bem analisada na psicologia, mas que fica muito potencializada na rede. Com algumas incidências bem identificadas: por exemplo, pessoas com trinta e poucos anos invejam mais felicidade familiar e mulheres tendem a invejar mais a atração física.

O estudo investigou também a atitude ativa que a inveja provoca na rede. Como a sensação de inveja é bem reconhecida, alguns usuários aumentaram a tendência de se gabarem mais sobre suas conquistas no Facebook para aparecerem melhor. Nessa tendência, o estudo mostrou que os homens postam mais conteúdo autopromocional e as mulheres destacam mais vida social e boa aparência.

O nome de estudo é: “Inveja no Facebook: Uma ameaça oculta à satisfação da vida dos usuários”.

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