IBGE: casais sem filho e pais sozinhos já são maioria no País, 50,5% dos lares.

A família mudou no Brasil. Definitivamente. O modelo clássico de casal com filhos não é mais a maioria nas famílias brasileiras. O IBGE divulgou na sexta-feira que os novos tipos de família já são a maioria 50,1% dos domicílios. Isto quer dizer, principalmente, casais sem filhos, pessoas morando sozinhas, mães sozinhas com filhos e pais sozinhos com filhos.
O último censo de 2010 encontrou 19 laços de parentesco, na linguagem estatística, para dar conta das mudanças contra 11 laços em 2000. O principal motivo é a queda na taxa de fecundidade das mulheres: em 1940, a mulher no Brasil tinha em média 6 filhos. Hoje, tem bem menos de dois por mulher. O motivo da família menor é resultado da entrada forte da mulher no mercado de trabalho comprova o IBGE. Renda feminina construiu a segurança para a mulher viver dependente da renda do marido ou do pai.
Um dado bem real: nos 57 milhões de lares brasileiros, os entrevistadores do IBGE encontraram uma nova composição familiar. Em 49,9% das casas estavam um casal com filhos. Porém, em 16% dos lares brasileiros estão casais sem filhos, em 15,5% mulheres sozinhas com filhos, 6,2% homens sozinhos, 6% são mulheres sozinhas, 2,3% são homens sozinhos com filhos e 4,1% são outros tipos de famílias. Resumo da ópera: os novos tipos de família já são maioria no Brasil.
A velocidade dessa mudança chamou a atenção dos técnicos do IBGE: em 1980 o percentual de casais com filhos no total da população eram 75%. No censo de 1991 recuaram já para 65%. Em 200 representavam 60% . E em 2010 somaram 49,5%, minoria, portanto.
O IBGE quantificou a entrada da mulher no mercado de trabalho: no Censo de 1970 elas representavam apenas 27,3% da força de trabalho. Em 2010, essa a porcentagem saltou para 43,6% dessa força de trabalho. A renda da mulher trouxe segurança para decisões mais livres e a própria legislação acompanhou esse processo, como a lei do divórcio que dispensa a presença do juiz, considerada pelos técnicos do instituto um forte fator de mudanças.
Outro aspecto é muito relevante para o IBGE: o trabalho feminino distribuiu melhor a renda: menos filhos e mais renda ajudaram reduzir a desigualdade, apontam o sociólogos.
Essa realidade da nova família tem impacto em muitos setores, desde a educação até o perfil do consumo. Dados mais completos sobre o tema estão na edição de O Globo, no endereço:

http://oglobo.globo.com/economia/pai-mae-filhos-ja-nao-reinam-mais-nos-lares-5898477

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