Seis anos depois de perder o posto de empresa mais valiosa do mundo para a Apple e oscilar entre o segundo e o terceiro lugar com a Samsung, o Google retomou a posição em 2017.
Com uma alta de 24%, a companhia de internet chegou a um valor de marca de US$ 109,5 bilhões, segundo estudo que a consultoria britânica Brand Finance publica anualmente sobre as 500 marcas mais valiosas do mundo.
“Talvez seja apropriado que a companhia que permite que as maiores marcas do mundo atinjam seus consumidores e criem suas marcas, tenha, ela própria, se tornado a mais valiosa”, escreveu a Brand Finance, em relatório publicado no Brasil, como mostrou artigo do Valor, assinado por Gustavo Brigatto, publicado em 1/02.
Além do desempenho da própria companhia – que registrou alta de 20% na receita com publicidade e conseguiu aumentar a força de sua marca em dois pontos em 2016 – a mudança de posições é resultado de uma escorregada da Apple.
A dona do iPhone perdeu mais de um quarto de seu valor de marca ano passado, caindo para US$ 107,2 bilhões.
“A Apple falhou em manter sua dianteira em termos de novas tecnologias e tem, repetidamente, desapontado seus fãs com pequenos incrementos, quando o esperado eram grandes avanços”, informa a Brand Finance, no estudo.
Assim como o Google, a Amazon, se beneficiou do fraco desempenho da Apple e, por pouco, não assumiu o segundo lugar na lista.
Com uma estratégia agressiva de expansão de suas ofertas, a Amazon registrou uma valorização de 53% de sua marca, saltando de US$ 69,6 bilhões para US$ 106,4 bilhões. Para a Brand Finance, se isso se mantiver, a varejista pode se tornar a companhia mais valiosa do mundo já em 2018.
Marcas tradicionais de produtos de consumo como Coca-Cola, Nike e Nestlé aparecem mais para baixo no ranking, em 27o, 28 e 61o lugares, respectivamente.
Completando a lista das 10 empresas mais valiosas, estão AT&T, Microsoft, Samsung, Verizon, Walmart, Facebook e a grande surpresa, o banco chinês ICBC. Maior banco do mundo em termos de ativos, ele desbancou o tradicional Wells Fargo, dos Estados Unidos, que caiu para a 13a posição.
“Os bancos chineses estão se aproveitando da expansão internacional dos gigantes industriais do país. Facilitar negócios internacionais aumenta a receita, mas, ainda mais importante, permite que os bancos construam suas reputações com potenciais clientes ao redor do mundo”, disse David Haigh, presidente da Brand Finance, em comunicado.
De acordo com a consultoria, pela primeira vez, os bancos chineses assumiram a liderança na lista das marcas de bancos mais valiosas do mundo, respondendo por 24% do valor total das marcas do setor – os bancos americanos respondem por 23%.
Ao todo, as 500 empresas mais valiosas do mudam valem US$ 5,34 trilhões, um incremento de 14,6% em relação à lista de 2016. Em termos de valor de mercado, o avanço foi semelhante, 13,2%, para US$ 30,1 trilhões.
Segundo Robert Haigh, diretor de comunicação da Brand Finance, em anos normais, em que não há grandes oscilações no mercado, é esperado que os dois indicadores caminhem juntos.