O projeto já avançou bastante. O Google quer desenvolver computadores miniaturizados que funcionem como tradutores universais, eliminando todas as barreiras de línguas. O responsável pelo projeto é um cientista de computação alemão, Franz Joseph Och, 41 anos. O doutoramento dele é sobre inteligência artificial. Primeiro, Och foi trabalhar no Departamento de Defesa dos EUA. Em 2004, recebeu um telefonema de Larry Page do Google, com um única pergunta: “Quer mudar de escala?”. O cientista aceitou na hora e recebeu um departamento novo na empresa só para ele: o Translate.
O objetivo do Google está definido: construir uma máquina discreta e rápida que traduza o que for preciso “como um sussurro no seu ouvido”, em qualquer língua. O Google Translate consegue traduzir textos de 71 línguas. Situações simples já tem solução: um misterioso cartaz em uma estação ferroviária japonesa só precisa ser fotografado no smartphone e o aplicativo Translate reconhece o texto na imagem e traduz.
É pouco, o Google quer mais. Artigo na revista alemã Der Spiegel, que o Estadão traduziu em 14/09, na pg B21, mostrou que o Google tradutor foi usado 200 milhões de vezes em 2012. Até agora gratuito . Se o serviço de tradução automática ganhasse mais confiabilidade, ricas multinacionais aceitariam pagar por ele.
Por enquanto, a equipe do Translate desenvolveu um aplicativo que transforma smartphones em máquinas de traduzir falante, com capacidade para lidar com cerca de duas dúzias de línguas. Com uma diferença básica: desenvolver dicionários, definir estruturas gramaticais e todas as regras que são alimentadas em programas de tradução, para imitar tradutores humanos, não estão no horizonte dessa equipe do Google. Aliás, as regras costumam ser, com frequência, inflexíveis e excessivas para o computador lidar.
O Google enfatiza outro caminho, que sabe fazer melhor, lidar com a imensa massa de dados estatística. Och foi claro: o que o sistema está fazendo hoje é correlacionar traduções existentes e aprender como fazer isso com bilhões e bilhões de palavras de texto. Ou seja: “no fundo computamos probabilidades de tradução”. E, quanto maior a massa de dados, melhor o sistema funciona.
A lógica da ideia de tradução é nova. É por esta razão que o computador de tradução só se tornou possível com a internet bem rápida. Simples: a rede mundial oferece uma enorme riqueza de traduções existentes. O sistema só tem que entregar a melhor.