A briga aumentou e está perto da decisão. O governo alemão quer que o Google pague aos jornais pelo conteúdo que veicula. A intenção é clara: os jornais devem ter o direito de cobrar parte das receitas de publicidade dos sites de busca que usam suas notícias e análises. As empresas querem controlar como esses veiculam e interpretam seu material informativo.
O Google preferiu reagir não falando de negócios, mas de liberdade de expressão. A empresa enfrentou o projeto de cobrança com campanha bem agressiva, inclusive colocando anúncios nos próprios jornais e, principalmente, lançado um site “Defenda sua web”.
O motivo da briga também é bem claro: o acesso gratuito na rede das informações veiculadas pelas empresas de mídia é sempre apontado como um dos principais responsáveis pela queda nas vendas dos grandes jornais alemães. O projeto, como informou o Estadão na edição de hoje, página B 22, veio do Ministério da Justiça do governo de Angela Merkel com votação prevista para hoje no Parlamento.
O Google argumenta que redireciona seus usuários para os respectivos sites dos jornais e que os leitores on line dos jornais está aumentando. Porém, a reação da empresa, em especial a campanha em defesa da liberdade da web irritou os deputados da coalizão conservadora de Merkel. O deputado Gunther Krings afirmou que a campanha do Google era “propaganda barata”. As críticas feitas no Parlamento pelos conservadores dizem que a argumento do Google é só na aparência uma defesa da liberdade de expressão na internet porque se trata de “tentativa para cooptar os usuários para se juntarem ao seu grupo de pressão”.
Os defensores dos argumentos do Google insistem que a maior preocupação é a criação do precedente porque outros países, como a França e a Itália, já formularam projetos semelhantes para que a empresa pague pelo direito de exibir extratos das notícias nos seus resultados de busca.
A associação dos jornais alemães, obviamente, defendeu o projeto, assegurando que o argumento do Google de que a busca de notícias “ficará mais difícil não é sério”. O diretor da Google para a Alemanha, Stefan Tweraser, disse que a nova lei afetará todos os usuários de internet na Alemanha, porque um “direito subsidiário significará menos informações e custos mais altos para as empresas”.
Hoje, os deputados alemães dirão que ganhará esta briga.