Geografia não conta para startups. Nem a do Vale do Silício

Antigamente, capital de risco era pré-requisito para se abrir empresa de tecnologia. O software, o hardware e a memória custavam milhões de dólares. Desse modo, estar em polos geográficos, como o Vale do Silício, era grande vantagem devido à concentração de capital de risco.

Esse não é mais o caso, porque o custo da tecnologia caiu muito, como mostrou matéria do The Wall Street Journal, assinada por Viveck Wadhwa, traduzida pelo Valor Econômico, edição de 9/04, pg B13. Empresários podem pegar o dinheiro que precisam até com amigos ou parentes. Ou, podem recorrer ao “crowdfunding”, ou financiamento coletivo, como fez a Oculus, que hoje vale bilhões de dólares.

No passado, polos de tecnologia como o Vale do Silício tinham a vantagem e contar com enorme concentração de conhecimento especializado. Empresários estavam perto, até para palestras de cientistas de ponta, concentrados em Stanford, por exemplo. Mas, agora há enorme quantidade de conhecimento disponível até na web. Blogs especializados revelam informações mais relevantes até do que revistas científicas tradicionais. Os requisitos em torno de hardware também diminuíram, na era do tablet e do acesso de serviços em nuvem.

A distribuição de um produto também está mais fácil, porque é feita, em grande parte, pela internet. Consumidores normalmente nem sabem de onde vem o software ou o hardware que estão comprando. Aliás, o WhatsApp, a aquisição de tecnologia mais cara da história, foi criado na Califórnia, mas poderia muito bem ter sido fundado na Ucrânia, terra natal de seu fundador.

Empresários de todo mundo, hoje, têm vantagens que antes eram específica da localização geográfica. Isto significa que o jogo está se nivelando e que não é preciso achar o caminho para o Vale do Silício. Ou, qualquer outro vale…

Comentários estão desabilitados para essa publicação