O Exército dos EUA começou a treinar tropas para uma possível operação contra cartéis mexicanos, que incluiria operações terrestres no país latino-americano, indicaram funcionários e ex-funcionários de alto escalão em Washington ouvidos pela rede de TV americana NBC News. A emissora noticiou nesta segunda-feira que o governo liderado do presidente Donald Trump deu início a um planejamento detalhado, que teria por fim o envio de tropas e agentes de inteligência a sul da fronteira, para levar a cabo a política de combate ao narcotráfico defendida pelo republicano.
A reportagem do veículo americano ouviu dois funcionários que atualmente fazem parte do governo Trump, e dois ex-funcionários. As fontes confirmaram que tropas começaram uma etapa inicial de treinamento, enquanto os planos estão sendo traçados no campo político. A decisão final sobre a operação ainda não foi tomada, e a abordagem está em fase de discussão.
Uma operação por terra em solo mexicano representaria uma escalada considerável na política antidrogas de Trump, que nos primeiros dias de seu mandato decretou a equiparação dos grupos ligados ao tráfico internacional de drogas a organizações terroristas. A justificativa do presidente americano à época foi que o país enfrentava uma invasão de opioides, sobretudo o fenantil, cuja principal rota de entrada no país é via México.
A operação envolveria homens do Comando Conjunto de Operações Especiais e agentes da CIA, segundo funcionários ouvidos pela NBC, atuando com base no regramento americano sobre guerra e segurança nacional. A missão incluiria o uso de drones para atingir laboratórios de processamento de drogas, além de lideranças dos principais cartéis mexicanos.
Apesar da escalada que representaria, os oficiais americanos informaram que a missão seria tratada com maior discrição por parte da Casa Branca e do Pentágono, em comparação às ações no Caribe e na região do Pacífico — que frequentemente têm sido tratadas em público pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, e pelo próprio Trump.
A missão também está sendo projetada, ainda de acordo com as fontes americanas, dentro de uma abordagem que não prejudique ou enfraqueça o governo mexicano — que até o momento conseguiu escapar da onda de ações hostis de Trump, por meio de esforços de diplomacia e de uma cooperação pragmática.
