Europa quer unir acordos de emissões

A União Europeia quer discutir como outros acordos internacionais que se relacionam com gases de efeito estufa e estão sendo negociados nos próximos meses irão se integrar ao Acordo de Paris.

Um destes acordos será discutido no fim do mês em Montreal, no Canadá, e trata de limitar as emissões da aviação, setor que responde por 2% a 3% das emissões globais e ficou fora do Acordo de Paris. As negociações acontecem na agência das Nações Unidas ICAO, sigla em inglês para Organização da Aviação Civil Internacional, como mostrou material do Valor, assinada por Daniela Chiaretti
, publicada em 15/09.

“Temos feito pressão na ICAO. Há países céticos, que não querem isso. Se, a título de exemplo, se colocar uma taxa nas emissões de carbono, o tráfico aéreo ficará mais caro e as pessoas poderão viajar menos”, disse ao Valor Christian Leffler, vice-secretário geral do Serviço de Ação Externa da União Europeia, em visita ao Brasil.

O texto que vem sendo negociado na ICAO prevê um mecanismo de mercado global e um acordo voluntário nos primeiros cinco anos. “Pensamos que esse pode ser um bom início”, avalia Leffler. “Estamos preparados para ir adiante, mas é um bom começo e esperamos que em outubro saia um acordo de emissões aéreas.”

Outro fórum é a Organização Marítima Internacional (IMO), que discute as emissões do transporte marítimo. O setor também ficou fora do Acordo de Paris.

Em outubro, em Kigali, Ruanda, representantes de governos irão discutir uma emenda ao Protocolo de Montreal, criado para reconstituir a camada de ozônio e eliminar gases nocivos a ela. A emenda tentará eliminar gradualmente gases usados em sistemas de ar-condicionado e geladeiras, os hidrofluorcarbonetos (HFCs), que são um poderoso gás-estufa.

A UE espera que os três acordos estejam fechados antes da rodada de negociações em Marrocos, em novembro, a COP 22. “Ali o debate será em torno da implementação do que acertamos em Paris”, diz Leffler.

Ele não sabe precisar quando a UE pretende ratificar o Acordo de Paris – cada país deve fazê-lo antes internamente. Até ontem 27 países haviam ratificado o acordo na ONU, representando quase 40% das emissões mundiais.

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