Euro tem a maior alta em seis meses com BCE mais agressivo

O euro registrou a maior alta em seis meses em relação ao dólar mais cedo nesta segunda-feira (12), com os formuladores de políticas do Banco Central Europeu (BCE) indicando a necessidade de mais aumentos nas taxas de juros e com expectativas de desaceleração da inflação nos EUA esfriando a demanda desenfreada por dólares.

A moeda comum subiu até 1,6%, para US$ 1,0198 nesta segunda-feira, o maior ganho percentual desde março, apoiada na retórica mais agressiva de autoridades do BCE, como o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, que disse que o banco central deve tomar mais medidas se o quadro de inflação permanecer o mesmo. Por volta das 10h40 (de Brasília), o euro

O BCE elevou sua taxa básica em 75 pontos-base, em um movimento sem precedentes, na semana passada para conter o ritmo mais rápido de crescimento dos preços ao consumidor já registrado. Os investidores também estão se movendo para cobrir as posições antes do relatório do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, com o indicador da Bloomberg sobre a força do dólar caindo para seu nível mais fraco em quase duas semanas

O mercado tem sido resolutamente pessimista em relação às perspectivas do euro, já que a Rússia continua a restringir o fornecimento de gás para a região, alimentando a inflação e aumentando a perspectiva de recessão. O BCE está atrás do Federal Reserve na política de aperto contra o pano de fundo, contribuindo para a queda do euro.

Investidores de posições curtas (que apostam na queda) só estiveram tão vendidos cinco vezes na moeda comum nas últimas duas décadas, de acordo com dados de custódia do Bank of New York Mellon. Ainda assim, embora isso reflita a perspectiva sombria, também está deixando os investidores cautelosos em aumentar essas posições.

O euro também ampliou os ganhos em relação à libra, subindo em um ponto, para o nível mais alto desde fevereiro de 2021, a 0,8722 libras. O movimento desta segunda-feira pegou os participantes do mercado desprevenidos, provocando movimentos de “stop loss” (ordens de vendas para conter prejuízos) e agravando o avanço da moeda comum, de acordo com com dois traders da Europa.

Relatos de um avanço inesperado das forças da Ucrânia na guerra contra a Rússia também ajudaram a impulsionar a moeda, de acordo com Antony Foster, chefe de negociação de câmbio à vista do G-10 na Nomura International Plc.

https://valor.globo.com/financas/noticia/2022/09/12/euro-tem-a-maior-alta-em-seis-meses-com-bce-mais-agressivo.ghtml

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