EUA vão permitir que fábricas de chips da Coreia do Sul e Taiwan permaneçam na China

O governo do presidente Joe Biden vai permitir que os principais fabricantes de chips da Coreia do Sul e Taiwan mantenham e expandam as operações existentes na China sem a necessidade de autorização de Washington, segundo funcionários do Departamento de Comércio.

Alan Estevez, subsecretário de Comércio para Indústria e Segurança, disse em um encontro entre membros da indústria na semana passada que o governo pretende estender as isenções existentes na política de controle de exportação projetada para restringir a venda de equipamentos para fabricação de chips para a China. 

Em outubro do ano passado os EUA implementaram restrições no setor de semicondutores da China, mas também concedeu isenções de um ano a várias empresas – incluindo a sul-coreana Samsung e a Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) – que investiram bilhões de dólares para construir fábricas na China nos últimos anos. 

As isenções estão marcadas para acabar em outubro. 

Estevez disse em uma reunião da Associação da Indústria de Semicondutores que as isenções seriam renovadas em um futuro próximo, de acordo com pessoas ligadas ao tema. O Departamento de Comércio se recusou a comentar. 

A situação das isenções foi examinada de perto por empresas e governos estrangeiros para ver o tamanho das restrições impostas pelos EUA e como elas podem afetar os investimentos na China. 

A medida para estender as isenções equivale a um reconhecimento por parte dos EUA que os esforços para isolar a China de produtos de alta tecnologia são mais difíceis do que o previsto em uma cadeia global altamente integrada, de acordo com executivos da indústria. 

Os EUA têm procurado manter os chips avançados fora das mãos dos chineses, limitando as exportações de chips e equipamentos de fabricação de chips relacionados, não apenas por fabricantes americanos, mas também por aliados. 

Os EUA têm influência sobre os fabricantes de chips coreanos e taiwaneses porque as empresas contam com tecnologia e equipamentos desenvolvidos ou fabricados por empresas dos EUA, bem como da Holanda e do Japão, onde os governos concordaram em se juntar aos EUA nos esforços de controle de exportação. 

Os fabricantes de chips estrangeiros têm resistido aos esforços dos EUA para limitar os negócios com a China. Os governos asiáticos e europeus também recuaram. A crítica mais contundente veio da Coreia do Sul. 

A China é de longe o maior mercado de exportação de Seul, mas é um grande aliado militar dos EUA, fazendo com que o governo sul-coreano atue para não criar problemas com as duas potências. 

Autoridades americanas nas últimas semanas disseram que os EUA não buscam se separar da China. O conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan disse em abril que a estratégia de Washington é limitar as restrições a tecnologias altamente estratégicas com “um pequeno quintal, uma cerca alta”. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse em vários discursos que uma separação total da economia da China seria desastrosa para os dois países. 

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2023/06/12/eua-vo-permitir-que-fabricantes-de-chips-da-coreia-do-sul-e-taiwan-mantenham-operaes-na-china.ghtml

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