O governo dos Estados Unidos confirmou que vai impor tarifas de importação sobre cerca de US$ 200 bilhões em produtos chineses como parte de sua campanha para pressionar Pequim a mudar suas práticas comerciais, aumentando as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
As tarifas começarão em 10% e passarão a valer a partir de 24 de setembro, e subirão para 25% até o fim do ano, segundo funcionários do governo americano. A medida afetará milhares de mercadorias, pela primeira vez
estendendo o impacto da política tarifária do presidente Donald Trump a uma ampla população de consumidores americanos.
“As perdas foram surpreendentes por muitos anos para o nosso país”, disse Trump na tarde desta segunda-feira, antes do anúncio, referindo-se ao déficit comercial dos EUA com a China. “Nós simplesmente não podemos mais deixar isso acontecer.”
Troco
Pequim disse que retaliaria com sobretaxas às importações americanas, assim como fez após as tarifas de importação de 25% que o governo Trump impôs a US$ 50 bilhões em produtos chineses, em junho.
“Se os EUA impuserem quaisquer tarifas adicionais à China, teremos de tomar as contramedidas necessárias e resolutamente salvaguardar nossos direitos e interesses legítimos e legais”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, nesta segunda-feira.
Quando as medidas entrarem em vigor, Trump terá sobretaxado praticamente metade dos produtos que os EUA importam da China, que no ano passado foram avaliados em US$ 505 bilhões.
A nova rodada de tarifas torna incerto o futuro das negociações comerciais que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, tem tentado organizar com altos funcionários chineses para o fim desta semana e início da próxima.
As autoridades chinesas disseram que poderiam suspender as discussões se Trump fosse adiante com o anúncio tarifário antes que eles pudessem se reunir para discutir um acordo e, assim, evitar ou ao menos diminuir a abrangência das medidas.
