EUA criticam Rússia por bombardear a Ucrânia em meio a negociações sobre cessar-fogo

O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, disse nesta segunda-feira, 7, que as negociações com a Rússia continuam, mas se disse descontente com os recentes bombardeios do Kremlin contra a Ucrânia. As declarações do presidente americano, feitas ao lado do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu na Casa Branca, ocorrem enquanto seu governo pressiona por negociações para encerrar o conflito.

“Não estou feliz com o que está acontecendo” na Ucrânia, disse o republicano a repórteres na Casa Branca. “Os russos estão bombardeando como loucos agora”, acrescentou Trump, para depois afirmar que os dois lados estão perto de um acordo.

Embora tenha sido questionado diretamente sobre uma cúpula, o presidente americano evitou dizer qualquer coisa sobre uma possível reunião com o presidente Vladimir Putin.

“Então estamos nos reunindo com a Rússia, estamos nos reunindo com a Ucrânia e estamos nos aproximando, mas não estou feliz com todos os bombardeios que estão acontecendo na última semana”, disse ele. “É uma coisa horrível.”

No domingo, ele já havia demonstrado desconforto com a postura russa. “Gostaríamos que eles parassem. Não gosto dos bombardeios”, disse o presidente americano, que em março afirmou estar “chateado” com Putin.

No domingo, 6, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse que “a pressão sobre a Rússia continua insuficiente”, citando os ataques diários russos como prova disso. Pelo menos 20 pessoas, incluindo nove crianças, morreram na última sexta-feira em uma área residencial perto de um parque infantil em Kryvyi Rih, cidade natal do presidente ucraniano.

O ataque foi um dos piores das últimas semanas na Ucrânia e foi especialmente comovente devido à idade de algumas vítimas. Os menores mortos tinham entre 3 e 17 anos, segundo Zelenski. O Kremlin negou, nesta segunda-feira ter atacado “infraestruturas” civis durante o bombardeio.

Zelenski também lamentou a falta de resposta dos Estados Unidos à rejeição do presidente russo Vladimir Putin a um cessar-fogo completo e incondicional na Ucrânia, após os novos ataques mortais,

Trump propôs uma trégua incondicional de 30 dias, o que Kiev aceitou. Mas ele só conseguiu obter de Moscou um cessar-fogo no Mar Negro e uma moratória muito vaga sobre ataques à infraestrutura energética, que ambas as partes se acusam mutuamente de violar.

“A Ucrânia aceitou a proposta americana de cessar-fogo completo e incondicional. Putin a rejeitou. Esperamos que os Estados Unidos respondam, pois até agora não há resposta”, disse Zelenski.

Delegação ucraniana irá aos EUA

Em meio à preocupação com a continuidade da ajuda militar americana, especialmente diante da aproximação de Trump com Moscou, o governo ucraniano anunciou o envio de uma delegação a Washington nesta semana. O objetivo é discutir um acordo sobre a exploração de minerais estratégicos na Ucrânia pelos EUA — item de interesse dos EUA em troca do apoio militar a Kiev.

Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, Julia Sviridenko, a missão buscará “avançar nas negociações” em torno do documento, classificado como “estratégico”. A delegação incluirá representantes dos ministérios da Economia, Relações Exteriores, Justiça e Finanças, informou ela na plataforma X (antigo Twitter).

Ainda de acordo com Sviridenko, o diálogo reflete o “compromisso mútuo de construir uma parceria forte e transparente” com os EUA. Apesar disso, diversos veículos de imprensa e parlamentares ucranianos têm descrito a nova versão do acordo como altamente desvantajosa para Kiev./AFP

https://www.estadao.com.br/internacional/trump-critica-russia-por-bombardear-loucamente-a-ucrania-em-meio-a-negociacoes-sobre-cessar-fogo

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