Entre preço e tecnologia a Apple preferiu ficar com os dois.

Tudo aconteceu como esperado. Ontem, a Apple lançou dois novos modelos do iPhone durante festa com enredo bem conhecido, desta vez em sua sede em Cupertino, na Califórnia. Todos os rumores viraram fatos. A estrela da festa foi o lançamento do iPhone 5C, que custará os simbólicos US$ 99, desde que o comprador preserve contrato de dois anos com algumas operadoras de telefonia. A atualização dos modelos tradicionais, o iPhone 5S, também fez parte do show. O 5S será equipado com o novo chip A7 da Apple, com tecnologia de 64 bits, e virá nas cores preta, branca e dourada. O 5C será oferecido em várias cores chamativas. Uma quase revolução em termos de design para a empresa.

O curioso é que as ações da Apple caíram depois do lançamento. No final do pregão, Nova York acusava recuo de 2,4% nos papéis da companhia. Como praticamente todas as novidades já tinham sido anunciadas, é possível que muitos investidores perceberam a oportunidade de uma operação de realização de lucros, vender as ações que já tinham subido muito e “botar o lucro já” no bolso. Vale notar que no último mês os papéis da Apple acumularam ganhos de 11,5%.

O motivo da subida nas ações era um mix de duas operações inovadoras da empresa. Primeiro, a Apple não perdeu seu posto de liderança nos avanços em tecnologia. O 5S, como previsto, apresentou um leitor de impressão digital. Localizado no botão home do aparelho, o Touch ID, permitirá o desbloqueio por biometria, ou seja, o dedo do usuário o identificará.

Segundo, a Apple, de verdade, chamou seus concorrentes para a briga no mundo dos países emergentes. Diferentes analistas apontaram um disposição de rejuvenescimento da marca com o uso de opções coloridas bem fortes (azul, branco, amarelo e verde) em uma competição declarada e ativa coma Samsung.

A ideia é que as opções coloridas (azul, branco, rosa, amarelo e verde) rejuvenesçam a marca, competindo mais ativamente com a sul-coreana Samsung. A estratégia, que faz um mês empurra as ações da Apple para cima, ficou mais clara com a primeira publicidade dos novos produtos que vazou no YouTube, quando pessoas de diferentes nacionalidades e idades usam os novos aparelhos. Com um detalhe essencial: foram inseridas falas na linguagem dos mercados emergentes bem direcionados, como Brasil e Índia.

Os números divulgados pela Dow Jones Newswires mostram que a Apple está perdendo e não ganhando mercado de smartphones em relação a sul-coreana Samsung e a chinesa Lenovo. A empresa norte-americana tentará avançar no território de celulares inteligentes mais baratos, atual predomínio dessas concorrentes. O iPhone, que já foi o smartphone mais vendido do mundo, caiu para o segundo lugar, depois da Samsung, que tem quase 32% das vendas mundiais no segundo trimestre, ante 30% em igual período do ano passado, dados da empresa de pesquisa Gartner. No segundo trimestre, a Apple tinha uma fatia de 14%, ante cerca de 19% um ano antes.

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