A valorização do dólar tem sido registrada em todo o mundo, por causa da percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está próximo de iniciar seu processo de elevação de juros.
Com esse cenário, o real é a moeda que mais perdeu valor ante o dólar em 2015 até agora. A perspectiva de alta de juros nos EUA abriram espaço para um avanço de 22,39% do dólar ante o real no mercado à vista de câmbio internacional. É o movimento mais intenso entre 47 moedas, como mostrou matéria do Estadão de 14/03, pg B3.
Por outro lado, a forte desvalorização do euro em relação ao dólar significa que o real quase manteve seu valor frente à moeda europeia. O real de fato foi a que mais caiu, mas o euro também teve queda de 11,5%.
Na raiz da valorização do dólar está a recuperação da economia americana. Números positivos para o mercado de trabalho do país divulgados na semana passada ajudaram a reforçar a expectativa de que o FED (o Banco Central americano) deve começar a aumentar os juros – o que tende a fazer com que divisas antes aplicadas em economias emergentes voltem ao país.
Já a moeda europeia chegou ao seu menor nível em relação ao dólar em 12 anos depois que o Banco Central europeu começou a colocar em prática seu pacote de estímulos econômicos para evitar recessão e deflação na zona do euro.
Espera-se que nos próximos 18 meses sejam injetados 1,1 trilhão de euros na economia da região com esse programa, que envolve a compra de títulos públicos – uma estratégia conhecida como quantitative easing, ou “afrouxamento quantitativo” e que foi colocada em prática nos Estados Unidos até o ano passado.
Com o mercado inundado por euros, a expectativa de consultorias econômicas é que um euro chegue a valer um dólar em breve – e algumas chegam a apostar em um valor mais baixo.