Empresas de tecnologia, de Google a Facebook, avisam: “vigilância tem limite”

O prejuízo foi muito grande. Principalmente, na confiança do usuário. A medida ficou inevitável: as oito maiores e mais conhecidas empresas de tecnologia americanas montaram campanha publicitária para persuadir o presidente Obama e o Congresso a estabelecerem limites para a vigilância do governo. Elas, decididamente, querem reparar suas reputações.

Google, Microsoft, Apple, Facebook, Twitter, Linkedin, Yahoo e AOL  apresentaram plano para regular espionagem online e pediram que o governo americano lidere um esforço mundial para restringi-la. Anúncios em página inteira de jornais e em sites detalharão esse plano.

O receio das empresas é a perda de confiabilidade do público. Em meados de novembro, o jornal USA Today publicou pesquisa mostrando que os jovens norte-americanos dão muita importância para sua privacidade. De cada cinco pesquisados quatro disseram ter mudado as configurações de privacidade de suas redes sociais.

“As pessoas não usarão a tecnologia se não confiarem” insistiu Brad Smith, consultor geral da Microsoft, em matéria do The New York Times, assinada por Edward Wyat, traduzida no Estadão de 10/12, pg B14. E continuou: ”os governos puseram em risco esta confiança e governos precisam ajudar a restaurá-la”. É este o tom do anúncio das empresas.

Diante da indignação pública, o governo Obama avisou que já começou a rever os procedimentos da NSA. A Casa Branca prometeu que ainda na semana anterior ao Natal apresentará o resultado desta revisão. Os novos princípios delineados pelas companhias contêm pouca informação e algumas promessas sobre suas próprias práticas. O resumo do quadro foi feito pelo Marc Rotemberg, presidente do Eletronic Privacy Information Center: “as companhias estão colocando seus usuários em risco ao reter tanta informação”.

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