Egito recebe nova rodada de negociações por cessar-fogo 

EUA afirmam que Israel concordou ‘mais ou menos’ com termos do acordo e que responsabilidade recai sobre o Hamas; governo israelense, porém, diz não enviar delegação enquanto não tiver lista de reféns ainda vivos

Negociadores do grupo terrorista Hamas, de Catar e dos Estados Unidos chegaram neste domingo, 3, ao Egito para uma nova rodada de negociações no momento em que cresce a esperança por um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Israel não enviou uma delegação e diz esperar uma lista dos reféns ainda vivos sob o poder do Hamas.

Cairo, Doha e Washington, que têm atuado como mediadores, tentam costurar há semanas uma nova trégua na guerra. Ontem, uma autoridade americana disse que Israel concordou “mais ou menos” com os termos do acordo – que prevê uma pausa nos combates de seis semanas para liberação de reféns e aumento do ajuda humanitária em Gaza – e disse que agora a responsabilidade recai sobre o Hamas.

Israel afirmou que não vai enviar uma delegação neste domingo ao Cairo devido à recusa do grupo islâmico Hamas em compartilhar sua lista de reféns vivos, segundo informaram fontes oficiais citadas pelos meios de comunicação israelenses. O governo israelense já tinha avisado que, se não recebesse mais informações sobre o estado de saúde das pessoas em cativeiro, não continuaria a negociar com a organização islâmica.

A pressão por cessar-fogo aumentou com a morte de dezenas de palestinos desesperados atrás de um comboio com ajuda humanitária. O Hamas acusou Israel de abrir fogo contra civis que esperam por comida. Tel-Aviv, por outro lado, admite disparos, mas atribui o alto número de mortes a uma confusão.

A primeira e única pausa nos combates aconteceu no fim de novembro, quando cerca de 100 reféns israelenses foram liberados em troca de prisioneiros palestinos.

A guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas, que matou 1,2 mil pessoas em Israel e levou mais 240 como reféns. Do lado palestino, o número de mortos passa de 30 mil, segundo o ministério da Saúde local. Estimativas americanas apontam que mais de 25 mil mulheres e crianças estão entre as vítimas.

Os responsáveis do Hamas têm se mostrado mais otimistas quanto à possibilidade de uma trégua, mas exigem a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza. Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na quinta-feira passada que só enviaria uma delegação para negociar no Cairo se o Hamas divulgasse a lista de reféns ainda vivos desde o seu sequestro no último dia 7 de outubro, quando mais de 250 pessoas foram levadas para Gaza.

O grupo islâmico anunciou recentemente a morte de sete pessoas que estavam em cativeiro nas últimas semanas, e divulgou a identidade de apenas três deles. O Hamas aumentou assim para 70 o número de reféns mortos “pelos bombardeios israelenses”, embora Israel só tenha confirmado a morte de 30, do total de 130 que ainda estão no interior do enclave palestino.

https://www.estadao.com.br/internacional/egito-negociacao-cessar-fogo-gaza/

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