Defesa dos EUA volta a “namorar” Vale do Silício

Os militares estão interessados nos nerds. O secretário da Defesa dos EUA, Ashton Carter, deu o primeiro passo nesta semana para tentar melhorar a relação do Pentágono com o setor de tecnologia, ao lembrar às empresas do Vale do Silício dos frutos da inovação decorrentes de sua estreita colaboração com o governo.

Em discurso na Universidade Stanford, o secretário Carter anunciou iniciativas para proporcionar aos militares melhor acesso às ideias e aos principais expoentes da robótica, da impressão em 3D,da biomedicina,da análise de dados e de outros campos surgidos recentemente, como mostrou matéria do Los Angeles Times, assinada por Paresh Dave, publicada no estadão de 25/04, pg B19.

O secretário enumerou várias tecnologias nascidas da pesquisa financiada pelo governo, como o motor de busca do Google, o assistente Siri da Apple o GPS. Entretanto, advertiu que as revelações de Edward Snowden sobre a vigilância exercida pelo governo, as batalhas em torno da criptografia de dados dos usuários em poder das companhias de tecnologia, e outras controvérsias, levaram o governo e os especialistas destas áreas a se olharem com desconfiança cada vez maior. “Graças aos sucessos e aos esforços, nossos vínculos resistiram, mas temos de renovar os laços da confiança e reconstruir a ponte entre o Pentágono e o Vale do Silício”, afirmou durante a primeira visita de um chefe do Pentágono ao Vale do Silício em cerca de 20 anos.

A nova estratégia inclui a inauguração do primeiro escritório do Departamento da Defesa em tempo integral no Vale do Silício. Com uma equipe que um funcionário sênior do departamento definiu como um “quadro de elite do pessoal civil e do serviço ativo”, a Unidade X de Inovação da Defesa tratará da busca de tecnologia e da caça de talentos. A unidade já começará a operar no próximo mês, inicialmente em Moffett Field, perto de Mountain View, Califórnia. “Eles estreitarão o relacionamento já existente e estabelecerão novos laços, ajudarão a descobrir tecnologias inovadoras emergentes, e funcionarão como um centro local de interface para o restante do departamento”, disse Carter. Funcionários da Defesa seguirão o exemplo da CIA, aplicando pequenas somas em startups. O Departamento da Defesa investirá em nanoeletrônica, software e robótica por meio da In-Q-Tel, o braço de investimentos da CIA sem fins lucrativos. O valor total do fundo não foi determinado.

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