Decisão é só um recuo provisório

A decisão do governo Donald Trump de adiar de 1o de setembro para 15 de dezembro a imposição de sobretaxa de 10% sobre certos produtos chineses é vista na cena comercial como escaramuça de uma batalha mais ampla, que vai prosseguir por muito tempo.
Mercado reage bem à menor tensão entre EUA e China Tarifas afetam já a inflação americana
O que chamou atenção de fontes comerciais foi, desta vez, o comportamento da China, que não anunciou retaliação contra produtos americanos quando Trump decidiu, em 1o de agosto, aplicar a nova taxa sobre mais importações procedentes da China.
É como se Pequim já tivesse se habituado ao modo de operar de Trump, na base da ameaça e depois recuo. Os gestos do ocupante da Casa Branca causam menos temor a certos parceiros, embora derrubem bolsas e afetem o câmbio.
Sobretudo, Pequim sabe que as tarifas de importação impostas por Trump começam a prejudicar produtores e consumidores nos EUA. A tarifa enfraquece o poder de compra das famílias.
O governo Trump anunciou agora adiamento na aplicação de novas alíquotas precisamente sobre celulares, computadores, consoles de videogames, determinados brinquedos, monitores e alguns itens de vestuário e calçados, todos itens populares.
Os gastos de consumo têm sido o principal motor do crescimento da economia americana nos últimos meses. Mas dados recentes mostram sinais mais claros de desaceleração da expansão americana. E, nas atuais circunstâncias, avalia o banco UBS, cortes nas taxas de juros tendem a ser menos efetivos do que normalmente, pois será difícil convencer empresas a investir mais devido ao juro baixo.
Mais escaramuças no conflito EUA-China devem ocorrer, em meio a efeitos adversos globalmente, e com uma economia mundial em desaceleração.

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