Cotas: universidades públicas paulistas querem recursos para instituir sistema

O debate sobre cotas nas universidades ganhou um novo componente: é preciso mais dinheiro. As três universidades estaduais paulistas, a USP, a Unicamp e a Unesp pediram ao governo estadual uma verba extra, específica para o financiamento do programa de cotas. Os respectivos conselhos universitários das três instituições devem receber amanhã a proposta final do governo de São Paulo sobre a operacionalidade do sistema de cotas.
A reitoria da USP já avisou que serão necessários recursos porque “não é só trazer os alunos” A proposta da universidade reitera que “todos possam ser acolhidos na universidade e tenham plena condição de seguir o curso”. A reitoria da USP insistiu que este será “um novo sistema de ingresso”.
A verba pedida tem destino certo: financiar a permanência do estudante por meio de bolsa de auxílio moradia e alimentação. O mais importante, no entanto, é que esse recurso financiaria também a estruturação de um curso de reforço para alunos da escola pública. A proposta é que este curso funcione nos moldes de um “college” americano, uma espécie de curso de formação complementar e só depois dele os alunos cotistas integrariam os cursos de graduação da universidade. Já foi adiantado que, em certas circunstâncias, algumas matérias terão depois validade no curso de graduação tradicional.
Em 2012, a Usp já gastou R$ 11 milhões com assistência estudantil. Só com o apoio com base em critérios socioeconômico o custo já bateu em R$ 43 milhões. No último vestibular, 28% dos matriculados já vinham de escolas públicas.
As três universidades paulistas procuram se adaptar ao projeto aprovado no Congresso que destina 50% das vagas das universidades públicas para alunos da rede oficial de ensino até 2016. Muitos estados da Federação já têm programas desse tipo e devem acelerar o ingresso de alunos da rede pública até atingir a porcentagem exigida pela nova lei de cotas.

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