Era previsível, mas não é aceitável: há milhões de contas falsas no Twitter. Elas simulam atividade de usuários da rede, publicam e republicam tweets, enviam e respondem mensagens e seguem ou bloqueiam outras contas. Há outras ações também, menos conhecidas.
Alguns artistas pagam para ter seguidores falsos. E estas constas falsas podem ser usadas também para fins políticos. Em 2011, milhares dessas contas “frias” atrapalharam bastante manifestantes contra o governo russo no Twitter.
As falsas contas prosperam no Twitter porque, ao contrário do Facebook, a empresa não exige nomes reais e não limita os usuários a uma única conta. É verdade que as condições de uso no Twitter proíbem “criação de contas em massa” e a compra ou venda de seguidores. O próprio Twitter ajudou uma equipe de pesquisa a aplicar um filtro que, durante algum tempo, bloqueou 95% das novas contas falsas.
Mas, como mostrou matéria do The Wall Street Journal, assinada por Jeff Elder, traduzida pelo Valor na edição de 26 de novembro, pg B12, um porta-voz do Twitter não quis revelar se a empresa continua usando a técnica da pesquisa para identificar e bloquear contas suspeitas.
Em documentos apresentados às autoridades de mercado, o Twitter diz acreditar que contas falsas representam menos de 5% dos seus 230 milhões de usuários ativos. Pesquisadores independentes, no entanto, acreditam que o número é bem maior. Andrea Stropps e Carlo De Michelli, pesquisadores italianos de segurança, dizem ter comprovado a existência de pelo menos 20 milhões de contas falsas à venda no Twitter em meados deste ano. Ou seja, cerca de 9% do total. Os mesmos pesquisadores também encontraram softwares à venda que permite a produtores de spam criar número ilimitado de contas falsas. O Twitter não quis comentar estes números específicos.