Como garantia, a construção do trem-bala será “fatiada”.

O trem bala começa a sair do papel. Mas, de um modo curioso, “em fatias”. O trem de alta velocidade terá mesmo o percurso Rio-São Paulo-Campinas, mas a sua construção estará dividida em pelo menos 10 lotes. O projeto inteiro alcança 511 quilômetros divididos em prováveis dez trechos de 50 quilômetros cada um.
O governo federal criou uma empresa pública, a Etav, específica para gerenciar o todo o negócio. O dirigente dessa empresa ponderou que uma só empreiteira para fazer todos os 50 quilômetros em quatro anos, “provavelmente o prazo não será cumprido”. Com dez grupos diferentes trabalhando a probabilidade da obra não atrasar é bem maior.
Um aspecto interessante da concorrência, como publicou o jornal Valor Econômico, é que a disputa será internacional. O governo brasileiro estima que é possível tirar proveito da relativa ociosidade enfrentada pelas grandes construtoras internacionais duramente atingidas pela crise e pelos cortes nos orçamentos públicos da maioria dos integrantes da União Europeia.
As condições dessa concorrência serão algo inovadoras no Brasil. Cláusulas especiais farão parte das exigências para a participação das operadoras estrangeiras de trem bala interessadas; cláusulas como a tempo de operação no país de origem, o número de passageiros já transportados e até histórico de acidentes da operadora farão parte da licitação. Por outro lado, Brasília aumentou as garantias e assumirá riscos até quanto a demanda de passageiros. Em outras palavras, o governo brasileiro tornou-se um sócio no risco do trem bala. Porém, o preço final da passagem seja menor exatamente pelo risco dividido pelo governo com as operadoras e construtoras.
O início das obras está previsto para o ano da Copa, 2014, mas decisão sobre a futura operadora da Lina e da própria tecnologia utilizada já será conhecida no primeiro semestre do próximo ano.

Comentários estão desabilitados para essa publicação