As grandes empresas de tecnologia ultrapassaram com facilidade as expectativas dos investidores para os lucros do terceiro trimestre. Na sexta-feira o feito valorizou as ações de Alphabet, Amazon e Microsoft, e infundiu novo impulso em um setor que tem puxado os papéis nos Estados Unidos para níveis recordes de alta.
As ações das empresas de tecnologia têm sido as maiores propulsoras da bolsa neste ano. O valor de mercado conjunto de Alphabet, Amazon, Twitter, Microsoft e Intel, cujos resultados também superaram as previsões, como mostrou artigo do Financial Times, assinado por Robin Wigglesworth, publicado no Valor de 30/10.
A Amazon foi a maior vencedora. Suas ações deram um salto de 8,4%, e passaram a ser negociadas por mais de US$ 1.000, após ter superado facilmente as previsões dos analistas, segundo resultados divulgados na quinta-feira. A empresa teve um salto de 34% nas vendas, para US$ 43,7 bilhões, no período de três meses encerrado em setembro. O lucro líquido subiu ligeiramente, para US$ 256 milhões.
As ações da Alphabet subiram 4,3% no pregão pós-mercado, e romperam a marca do US$ 1.000. A dona do Google teve um aumento de 24% nas vendas, para US$ 27,8 bilhões, acima das previsões.
Os papéis da Microsoft tiveram valorização de 6,6%. O novo preço das ações atribui à empresa um valor de mercado de quase US$ 630 bilhões, superior ao recorde alcançado no pico da bolha das pontocom.
Os investidores ficaram cada vez mais otimistas com as perspectivas das ações americanas, e injetaram mais de US$ 14 bilhões na categoria de ativos durante as últimas três semanas, de acordo com os dados mais recentes da EPFR. Trata-se da série mais longa de aportes a fundos de ações americanos desde o primeiro trimestre. Esse ingresso puxou os fluxos acumulados destinados a essa categoria de ativos de volta ao campo positivo no ano.
“Havia alguma sensibilidade sobre a possibilidade de essas ações conseguirem continuar a superar as expectativas de lucros e, caso conseguissem, de talvez o mercado as estar superavaliando, mesmo nos níveis atuais dos preços”, disse Paul Christopher, estrategista-chefe do Wells Fargo Investment Institute. “Se temos essas ações superando as previsões de lucros, isso é um bom sinal.”
Os balanços da Amazon e do Google revelaram que ambas viram o crescimento de seus mercados principais de varejo e de anúncios se acelerar.
As ações da fabricante de chips Intel também subiram, e horas antes, na quinta-feira, o Twitter divulgou resultados inesperadamente bons, o que elevou o valor das ações do site de mídia social em 18,5%.
A disparada das ações do setor tecnológico introduziu recordes de alta nos índices de ações americanos. O S&P 500 alcançou uma nova alta recorde de todos os tempos na segunda-feira da semana passada, após seu 49o fechamento recorde do ano, registrado uma semana antes. O referencial das ações de primeira linha dos EUA passou quase um ano sem sofrer sequer uma correção de 5% — seu período mais longo desde 1928.
As gestoras de ativos se animaram, em parte, com a perspectiva de reduções de impostos, que superou obstáculos fundamentais no Congresso neste mês. Cada queda de 1 ponto percentual da alíquota de imposto da pessoa física resulta em uma alta de US$ 1 nos lucros por ação para o S&P 500, de acordo com Vinay Pande, diretor de oportunidades de investimento de curto prazo do UBS Wealth Management.
“A participação dos lucros [corporativos] no Produto Interno Bruto (PIB) está aumentando e, se houver corte de impostos, aumentará ainda mais”, disse ele.