China se compromete a abrir mais a sua economia

A China tentou estabelecer um tom positivo ontem, antes da reunião com os EUA no encontro do G-20 desta semana, prometendo abrir “ainda mais” a sua economia para o resto do mundo, “melhorar muito” a proteção à propriedade intelectual e aumentar com vigor as suas importações.
Num discurso em Hamburgo, na Alemanha, em que não citou os EUA, Liu He, o influente vice-premiê da China, também apelou para que a Europa apoie o livre comércio, junto com a China, diante do avanço do protecionismo.
“China e Europa são defensores incondicionais das regras do livre comércio e do sistema multilateral e compartilhamos grandes interesses comuns”, disse Liu a uma plateia de empresários. “Precisamos fazer o esforço concentrado de aprofundar nossa cooperação.”
Suas observações foram feitas após comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, de que poderá elevar as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses dos atuais 10% para 25%. Trump acrescentou que é “bastante improvável” que ele venha a aceitar o pedido de Pequim para não aumentar essas tarifas.
Trump e Xi Jinping, o presidente chinês, deverão conversar cara a cara na reunião do G-20 na Argentina neste sábado. O G-20 inclui as maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo.
Destacando as medidas que a China adotou para abrir sua economia à concorrência estrangeira, Liu disse que as restrições de acesso ao mercado de bancos estrangeiros, corretoras, gestoras de ativos e seguradoras foram amenizadas e que medidas parecidas são aguardadas para setores industriais selecionados, como o automobilístico, o aeronáutico e o naval.
Pequim também está “acelerando” a abertura de seus setores de telecomunicações, de ensino, serviços médicos e cultura, acrescentou ele. “O desenvolvimento da economia chinesa no futuro somente pode ser garantido com base numa abertura maior”, disse Liu. “As portas da China vão se abrir ainda mais.”
O vice-premiê, que está profundamente envolvido nos esforços de Pequim para resolver a guerra comercial entre seu país e os EUA, prometeu aperfeiçoamentos na proteção aos direitos de propriedade intelectual das empresas estrangeiras presentes na China – uma das principais exigências americanas.
“Sobre o fortalecimento dos direitos de propriedade intelectual, entendemos que esta é uma área de especial interesse para nossos amigos estrangeiros”, disse ele, listando várias medidas como uma lei de patentes revista e punições mais duras para os transgressores, medidas que “deverão melhorar muito a proteção aos direitos de propriedade intelectual”.
Referindo-se à exigência de Trump de que a China deveria importar mais, Liu disse que Pequim está aumentando com vigor as suas importações e já reduziu as tarifas sobre 1.500 itens importados, levando o peso médio das tarifas do país a mais ou menos o mesmo nível das nações desenvolvidas.

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