A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que os algoritmos usados pelas grandes plataformas de internet, “quando não são transparentes, podem levar a uma distorção da nossa percepção, podem estreitar a nossa amplitude de informações”.
A declaração foi dada durante a conferência de jornalismo Medientage, que terminou nesta quinta (27) em Munique, na Alemanha. Participaram executivos como Mark Thompson, presidente-executivo do “New York Times”, e cientistas como Wolfgang Wahlster, do Centro Alemão de Pesquisas sobre Inteligência Artificial, como mostoru material da Folha de São Paulo, assinada pro Nelson de Sá, publicada em 29/10.
Para Merkel, os algoritmos, as fórmulas usadas pelas plataformas para selecionar o que apresentam ao usuário, “devem ser transparentes, para que as pessoas possam se informar, como cidadãos interessados, sobre questões como: ‘O que influencia o meu comportamento e o de outros na internet?'”.
Sem citar diretamente Facebook e Google, ela afirmou que “as grandes plataformas de internet, através dos algoritmos, tornaram-se um buraco de agulha que diversos meios de comunicação precisam atravessar para alcançar os seus usuários”.
Trata-se de um desenvolvimento “ao qual é preciso prestar muita atenção”, segundo a chanceler alemã, porque a saúde da democracia requer que os cidadãos sejam confrontados por ideias diferentes.
Falando depois à revista “Der Spiegel”, o porta-voz de política para internet do partido de Merkel declarou que “a chanceler certamente não quis dizer que as empresas devem divulgar segredos comerciais, mas que precisamos de mais informações dos operadores, como o Facebook, sobre como seus algoritmos funcionam de um modo geral”.